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Ciclo evolutivo experimental de Lagochilascaris minor, Leiper 1909

A partir de material colhido de lesões humanas estudou-se o ciclo evolutivo de Lagochilascaris minor empregando-se o modelo experimental: roedores (camundongos, hamster) e carnívoros (gatos, cão). Em camundongos inoculados com ovos infectantes, por via oral, observou-se eclosão de larvas de 3º estágio na parede do intestino, migração das mesmas para o fígado, pulmão, musculatura esquelética e tecido subcutâneo tornando-se em seguida encistadas. Em gatos alimentados com carcaças de camundongos infectados (60-235 dias de infecção) observou-se: eclosão de larvas de 3º estágio do interior dos nódulos (cistos) no estômago, migração através do esôfago, faringe, traquéia, e tecidos vizinhos (rino-orofaringe), linfonodos cervicais alcançando a fase adulta, em qualquer uma destas localizações, 9-20 dias pós inoculação. Não houve evolução do parasito até a fase adulta em gatos inoculados com ovos infectantes, por via oral, dado que reforça a necessidade do hospedeiro intermediário neste ciclo evolutivo. Em um dos gatos (alimentados com carcaças de camundongos infectados) necropsiado 43 dias pós inoculação, observou-se a ocorrência do ciclo auto-infectante de L. minor o que foi caracterizado pelo encontro de ovos em várias fases de evolução, larvas de 3º estágio e vermes adultos em tecidos do pulmão e região cervical. Acredita-se que algum componente do trato digestivo de carnívoros possa inviabilizar larvas de 3º estágio do interior de ovos L. minor, justificando a interrupção do ciclo evolutivo quando tais animais são inoculados com ovos infectantes. Ressalta-se o papel do hospedeiro intermediário nas primeiras fases do ciclo evolutivo deste helminto.


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