Resumo
Este estudo avaliou a influência da variabilidade da temperatura de aquecimento no nível de degradação de concretos, variando-se temperatura de exposição (200°C, 450°C e 800°C) e resistência de projeto do concreto (C25 e C40). Os concretos foram submetidos a ensaios de ultrassom (antes e depois do aquecimento), e, posteriormente, foram rompidos à compressão axial. Após a ruptura foram retiradas amostras da seção de fratura dos corpos de prova para análises microestruturais, por microscópio eletrônico de varredura (MEV), e análises moleculares, por espectroscopia Raman. Os resultados mostraram que a resistência residual dos concretos pode mudar de maneira significativa (valores divergindo em mais de 100%) com a variabilidade de temperatura no forno. Houve alterações físico-químicas dos constituintes do concreto. As variações nos espectros Raman e as alterações morfológicas (imagens em MEV) permitiram verificar a variação do nível de degradação do concreto após exposição ao fogo, em uma mesma etapa de queima, devido variação de temperatura nos fornos, sendo compatíveis com os resultados de resistência à compressão e com os de ultrassom (velocidade do pulso ultrassônico). Dessa forma, o estudo evidencia a necessidade do mapeamento adequado do calor no forno e do monitoramento da temperatura dos corpos de prova, em estudos sobre concretos sob altas temperaturas.
Palavras-chave:
degradação; concreto; variação de temperatura; resistência residual