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Impacto do transporte nas emissões de CO2 do concreto: um estudo de caso em Rio Branco/Brasil

Resumo

Devido à escassez de maciços cristalinos no norte do Brasil, produtores de concreto têm usado pedra britada e cimento de fornecedores localizados a centenas de quilômetros. Nesse caso, as emissões de CO2 relacionadas ao transporte de materiais na produção de concreto podem ser significativas. Assim, este estudo tem como objetivo analisar a influência do transporte dos materiais nas emissões de CO2 da produção de concreto usinado em Rio Branco (Acre). As composições de concreto foram obtidas de um produtor de concreto local. Os métodos brasileiros de dosagem não foram aplicáveis devido à alta finura da areia regional disponível; os traços foram ajustados empiricamente. Dois tipos de cimento (CP V-ARI e CP IV) foram considerados para criar os cenários estudados. As distâncias de transporte das matérias-primas (cimento e agregados) variaram de 20 km (fornecedor local de areia) a 3.592 km (fornecedor de cimento de Sete Lagoas, MG). As emissões de CO2 para a produção de concreto (fck de 25 MPa, consumo de cimento de 426 kg/m3) variaram de 208 kgCO2/m3 a 573 kgCO2/m3. O transporte foi responsável por até 20% do total de emissões. As emissões neste estudo são consideravelmente maiores do que os dados nacional de produção de concreto disponíveis no Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac) devido ao maior consumo de cimento e maiores distâncias de transporte. Embora o consumo de cimento no Acre represente menos de 1% do consumo brasileiro, os resultados revelam o impacto das distâncias de transporte nas emissões de CO2 do concreto em cidades que lidam com a escassez local.

Palavras-chave:
concreto; emissão de CO2; transporte; materiais de construção


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