Fístulas digestivas em pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), embora raras, têm sido identificadas desde o esôfago até o ânus, predominando no esôfago. Infecções oportunistas relacionadas à SIDA podem acometer a parede do trato digestivo, levando a formação de fístulas. A Tuberculose é a infecção mais freqüentemente associada com fístula esofágica. Relatamos o caso de uma paciente portadora de SIDA, com tuberculose ganglionar comprometendo o hilo hepático, que evoluiu com fístula entre o ducto colédoco e o duodeno. A literatura revisada indica ser este o terceiro caso de fístula colédoco-duodenal descrito em paciente com tuberculose abdominal, associada à SIDA, e o primeiro em que a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis e a fístula colédoco-duodenal foram diagnosticados durante laparotomia exploradora, indicada em paciente com abdome agudo. No paciente com SIDA e dor abdominal, pode ser difícil para o cirurgião decidir, se está indicada laparotomia exploradora, uma vez que, na maioria das vezes, o tratamento clínico apropriado será o melhor.
Fístula colédoco-duodenal; Abdome agudo; Tuberculose; HIV; SIDA