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HIERARQUIAS MERCANTIS NO ATLÂNTICO PORTUGUÊS: AS RELAÇÕES DE AGÊNCIA NO COMÉRCIO ENTRE PORTUGAL E BRASIL, 1780 A 18071 1 O artigo contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Nº do processo 2014/11038-1 e 2015/13763-8) e do European University Institute. Uma primeira versão foi apresentada no “colóquio internacional: centralismo e exploração no império português” na Universidade de São Paulo e no workshop “instituições mercantis e vida económica no império português: uma aproximação à economia a partir dos agentes” na Universidade Nova de Lisboa, ambos em 2018, eventos nos quais recebi valiosas sugestões de Pablo Oller Mont Serrath, Vera Lucia Amaral Ferlini, J. Bohorquez, Jorge Pedreira, Leonor Freire Costa e dos demais participantes. Agradeço a Diego de Cambraia Martins e Gustavo Meira Menino por, gentilmente, terem lido e corrigido o artigo. Sou grato a Maximiliano M. Menz e Daniel Strum pelas inúmeras conversas que auxiliaram no desenvolvimento das minhas ideias e na consequente elaboração do texto. Foram cruciais as sugestões e críticas feitas pelos três pareceristas anônimos que tornaram o artigo mais sólido e lúcido. A eles deixo o meu agradecimento. Artigo não publicado em plataforma preprint. Todas as fontes e bibliografia utilizadas são referenciadas no artigo.

MERCANTILE HIERARCHIES IN THE PORTUGUESE ATLANTIC: AGENCY RELATIONS IN TRADE BETWEEN PORTUGAL AND BRAZIL, 1780 TO 1807

Resumo

O artigo procura demonstrar a existência de hierarquias mercantis no comércio entre Portugal e Brasil no último quartel do século XVIII. Propõe, necessariamente, uma visão alternativa a interpretações horizontais entre os atores engajados em tal circuito, sugerindo, pelo contrário, um olhar mais verticalizado das relações comerciais. Por meio da análise de mais de noventa contratos de sociedades mercantis, registrados nos cartórios de Lisboa, foi possível constatar que a maior parte dos capitais para o trato com a capitania de Pernambuco provinha de mercadores residentes em Lisboa. Ademais, os contratos são claros em favorecerem os metropolitanos ao estipularem diversas regras que cerceavam a margem de manobra dos sócios residentes em Pernambuco. Conclui-se, portanto, que existia uma centralização de capitais nas mãos dos sócios metropolitanos e que os lisboetas estipulavam as principais regras mercantis que os coloniais deveriam seguir.

Palavras-chave
Comércio colonial; hierarquias mercantis; sociedades mercantis; Pernambuco; problema do principal-agente

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