Resumo
Este artigo analisa a representação das vozes “populares” chilenas no catálogo americano do Smithsonian Institution, especificamente em seus selos Folkways, Monitor e Paredon. Cada um, à sua maneira, procurou registrar e divulgar os sons dos povos do mundo, seja para fins educacionais, solidários ou de proselitismo. Por um lado, interrogamos as estratégias discursivas utilizadas para traçar o perfil das vozes “autênticas”, questionando o tratamento negligente das informações coletadas e sua relação com os sons gravados. Procura-se também tornar visível a participação dos profissionais da etnomusicologia na produção de imagens musicais para o público norte-americano e internacional. Enfatiza-se, por fim, os usos políticos dados pelos produtores aos discos em um contexto de transformações progressistas com uma vocação popular.
Palavras-chave
Música do mundo; Gravação de som; Folclore; Chile; Selos independentes