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“DOES EVERY TRAVELLER SEE ALL THAT HE DESCRIBES?” O VIAJANTE CEGO JAMES HOLMAN E OS LIMITES DO OLHAR VIAJANTE* * Texto realizado no marco do projeto Papiit IG400113 da Universidad Nacional Autónoma de México. Uma versão curta deste trabalho foi apresentada no “II Coloquio Poéticas y Pensamento. Relaciones entre literatura y filosofia”, na Unam, em Mérida, Iucatã, em 2014, e deve muito aos comentários de dra. Sandra Ramírez e dra. Carolina Depetris.

“DOES EVERY TRAVELLER SEE ALL THAT HE DESCRIBES?” THE BLIND TRAVELLER JAMES HOLMAN AND THE LIMITS OF THE TRAVELLER EYE

Resumo

Olhar etnográfico, olhar pitoresco, olhar ilustrado, olhar evangelizador, olhar imperialista: o olhar é una metáfora frequente nas descrições e análises da literatura de viagem em suas mais diversas manifestações. Ver bem tem como consequência uma melhor compreensão do lugar visitado, o que pode converter o viajante em um especialista do lugar visitado, alguém que pode construir um texto de autoridade sobre determinado espaço, propor projetos políticos de regeneração, colonização, evangelização. O caso do viajante britânico cego, ex-marinheiro, James Holman (1786-1857), impõe limites a essa pretensão epistemológica que define o gênero. Autor de diversos relatos de suas viagens de circum-navegação pela Rússia, Europa central, Brasil, China, Holman era consciente desses limites e por isso foi, além de viajante cego, um escritor cego. Este artigo trata desta consciência do processo de construção de sua fiabilidade e dos seus limites.

Palavras-chave
Literatura de viagem; viajantes; visão

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