Indicadores de alimentação complementar da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde: análise de concordância e comparação das prevalências estimadas em uma coorte de crianças no sudoeste da Bahia, 2018

Barbosa, Clessiane de Brito; Magalhães, Elma Izze da Silva; Rocha, Daniela da Silva

doi:10.1590/S2237-96222024v33e2023556.pt

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Epidemiologia e Serviços de Saúde

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Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Epidemiol. Serv. Saúde 33 • 2024 • https://doi.org/10.1590/S2237-96222024v33e2023556.pt copiar

Indicadores de alimentação complementar da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde: análise de concordância e comparação das prevalências estimadas em uma coorte de crianças no sudoeste da Bahia, 2018

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RESUMO

Objetivo

Analisar a concordância entre indicadores de alimentação complementar da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS) e comparar as prevalências entre esses indicadores em crianças no primeiro ano de vida.

Métodos

Estudo transversal em uma coorte de 286 crianças de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil; a concordância entre indicadores e a comparação entre prevalências foram analisadas pelo índice Kappa e teste de McNemar; foram calculadas as prevalências dos indicadores “introdução de alimentos complementares” (IAC), “diversidade mínima da dieta” (DMD), “frequência mínima de refeição” (FMR) e “dieta minimamente aceitável” (DMA).

Resultados

Três indicadores apresentaram concordância ruim, e apenas um moderada; as prevalências dos indicadores da OMS foram superiores às do MS (IAC, 94,3% versus 20,7%; DMD, 75,2% versus 50,7%; FMR, 97,2% versus 44,8%; DMA, 96,8% versus 26,9%).

Conclusão

A maioria dos indicadores tiveram concordância ruim e as prevalências de indicadores da OMS superaram as do MS.

Palavras-chave
Alimentação Complementar; Nutrição do Lactente; Organização Mundial da Saúde; Estudos Transversais

Indicador	Definição		Adaptações realizadas
Indicador	Organização Mundial da Saúde (2021)	Ministério da Saúde (2015)	Adaptações realizadas
Introdução de alimentos complementares^a	Percentual de crianças que, no dia anterior, consumiram alimentos sólidos, semissólidos ou pastosos.	Percentual de crianças que, no dia anterior, consumiram duas frutas e uma comida de sal (de panela, papa ou sopa).
Diversidade mínima da dieta^b	Percentual de crianças que, no dia anterior, consumiram alimentos e bebidas de pelo menos cinco dos sete grupos alimentares definidos: 1. leite materno; 2. grãos, raízes e tubérculos; 3. leguminosas; 4. laticínios; 5. carnes; 6. ovos; e 7. frutas e vegetais.	Percentual de crianças que, no dia anterior, consumiram os cinco grupos alimentares relacionados: 1. leite materno ou outro leite que não do peito; 2. frutas, legumes e verduras; 3. carnes e ovos; 4. feijão; e 5. cereais e tubérculos.	A definição original da Organização Mundial da Saúde, OMS (2021), requeria o consumo de pelo menos cinco de oito grupos alimentares definidos, ao passo que a definição original do Ministério da Saúde, MS (2015), professava o consumo de seis grupos relacionados. Para este estudo, na definição da OMS (2021), não foi considerado o grupo alimentar “frutas e vegetais ricos em vitamina A”; e na definição do MS (2015), não se considerou o grupo alimentar “vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras”, em virtude da limitação do questionário de consumo alimentar, que não inclui tipos de frutas e vegetais em específico.
Frequência mínima de refeição^b	Percentual de crianças que, no dia anterior, consumiram pelo menos três refeições com alimentos sólidos, semissólidos ou pastosos, no caso das amamentadas; ou quatro refeições com alimentos sólidos, semissólidos ou pastosos ou alimentos lácteos (com pelo menos uma das refeições sólida, semissólida ou pastosa), no caso das não amamentadas.	Percentual de crianças que, no dia anterior, consumiram, pelo menos duas vezes ao dia, comida de sal com consistência normal (em pedaços) ou amassada.
Dieta minimamente aceitável^b	Percentual de crianças com uma diversidade mínima da dieta e frequência mínima de refeição no dia anterior, segundo as definições da OMS (2021).	Percentual de crianças com uma diversidade mínima da dieta e frequência mínima de refeição no dia anterior, segundo as definições do MS (2015). Observação: Embora não seja um indicador listado no documento dos indicadores dessa referência, ele pode ser criado a partir dos indicadores de diversidade mínima da dieta e frequência mínima de refeição, os quais são preconizados pelo MS (2015).

Indicador	Organização Mundial da Saúde (2021) versus Ministério da Saúde (2015)
Indicador	Concordância (%)	Concordância esperada (%)	Kappa	p-valor
Introdução de alimentos complementares	26,3	24,0	0,03	0,015^a
Diversidade mínima da dieta	75,5	50,4	0,51	< 0,000^a
Frequência mínima de refeição	47,6	45,1	0,05	0,005^a
Dieta minimamente aceitável	29,4	28,4	0,01	0,139

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[1] Correspondência: Daniela da Silva Rocha | drochaufba@gmail.com