RESUMO
Objetivo
Analisar a associação entre violência por parceiro íntimo na gestação (VPIG) e qualidade de vida (QV).
Métodos
Estudo transversal, com gestantes atendidas na Atenção Primária à Saúde, em Criciúma, Santa Catarina, Brasil, em 2022; avaliou-se a QV quanto aos domínios físico, psicológico, das relações sociais e do meio ambiente (WHOQOL-Bref); a VPIG foi avaliada pela World Health Organization Violence Against Women; foram realizadas análise de regressão linear bruta e ajustada.
Resultados
Foram avaliadas 389 gestantes; a VPIG esteve presente em 13,6%; na análise ajustada, a VPIG manteve-se associada aos aspectos físico, psicológico e das relações sociais; gestantes que sofreram VPIG tiveram reduzidos 9,77, 11,07 e 8,95 pontos no escore de QV, respectivamente, quando comparadas às que não sofreram VPIG.
Conclusão
A VPIG esteve associada à pior QV nos domínios físico, psicológico e das relações sociais; serviços de saúde preparados para o enfrentamento e prevenção da violência contra gestantes são essenciais.
Palavras-chave
Gestantes; Violência contra a Mulher; Atenção Primária à Saúde; Violência por Parceiro Íntimo; Estudo Transversal
Contribuições do estudo
Principais resultados
A violência por parceiro íntimo (VPIG) esteve presente em 13,6% das gestantes, associada a pior qualidade de vida, nos domínios físico, psicológico e das relações sociais.
Implicações para os serviços
Os resultados reforçam a necessidade da abordagem intersetorial no enfrentamento do problema, com os centros especializados de atendimento à saúde em situações de violência integrados à assistência social e à segurança pública.
Perspectivas
Desenvolvimento de políticas e ações intersetoriais que fortaleçam as existentes e garantam assistência social e de saúde às gestantes vítimas de violência e seus filhos, haja vista o impacto negativo da VPIG na qualidade de vida.