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Valor econômico do trabalho de mulheres rurais em Sistemas Agroindustriais Familiares de Base Ecológica (SAFEs)

Economic value of rural women's work in Family-Based Ecological Agroindustrial Systems (SAFEs)

Resumo

Este artigo busca analisar as contribuições das mulheres rurais nos Sistemas Agroindustriais Familiares de Base Ecológica (SAFEs), demonstrando quantas horas as famílias agricultoras trabalham em diversas atividades, quanta renda cada atividade gera e a importância do trabalho das agricultoras. Assim, por meio do método de avaliação econômico-financeiro do valor agregado foi possível levantar as horas trabalhadas de todos(as) os(as) integrantes da família, em quatro atividades: produção primária, agroindústria, comércio e trabalho doméstico, e, depois, calcular a contribuição financeira individual para a composição da renda familiar. A pesquisa foi aplicada em 12 SAFEs, nos anos de 2020 e 2021, na região Sudoeste do Paraná. Os resultados mostram que, além de desempenharem um papel central no processamento de alimentos, trabalhando cerca de 75% das horas na agroindustrialização, as mulheres participam ativamente da produção primária, na construção de mercados alimentares e da gestão dos SAFEs. Mais ainda, geram, em média, 28 mil reais/ano com o trabalho doméstico não remunerado, sendo 95% das horas trabalhadas por elas. Dessa forma, a pesquisa mostrou que a inclusão produtiva das mulheres não diminuiu sua carga de trabalho em atividades reprodutivas, ocasionando dupla jornada. Mesmo assim, elas buscam maiores níveis de autonomia, independência financeira e ocupam espaços públicos, antes reservados aos homens.

Palavras-chave:
alimentação; agricultura familiar; economia feminista; valor agregado; desenvolvimento rural e regional


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