Poder de compra, preço e consumo de fertilizantes minerais: uma análise para o centro-oeste brasileiro

Ogino, Cristiane Mitie; Costa Junior, Geraldo; Popova, Nataliya Dimitrova; Martines Filho, João Gomes

doi:10.1590/1806-9479.2021.220367

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Revista de Economia e Sociologia Rural

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Sumário

ARTIGO • Rev. Econ. Sociol. Rural 59 (1) • 2021 • https://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.220367 copiar

Poder de compra, preço e consumo de fertilizantes minerais: uma análise para o centro-oeste brasileiro

Purchase power, price and mineral fertilizers consumption: an analysis for central Brazil

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo:

Os fertilizantes minerais estão entre insumos de maior contribuição para o aumento da produtividade agrícola no Brasil. No entanto, a dependência de recursos naturais escassos e do uso extensivo de energia para a sua síntese faz com que a produção agrícola seja sensível aos choques de oferta e demanda deste insumo. Diante disso, analisou-se a dinâmica entre a quantidade consumida de fertilizantes minerais, o seu preço e o poder de compra ponderado pela produtividade de produtores do Centro-Oeste – região que apresenta o maior consumo de fertilizantes minerais e que concentra a maior produção agrícola do país. Empregou-se o modelo autorregressivo vetorial estrutural (SVAR) para os fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos, isoladamente. Os resultados indicam que a quantidade consumida é a variável mais endógena, e o preço, a mais exógena. As estimativas das funções impulso-resposta mostraram que o grupo dos fertilizantes potássicos apresentou maior sensibilidade da quantidade consumida e o poder de compra face a um choque nos preços. Por outro lado, os fertilizantes nitrogenados apresentaram a maior sensibilidade na quantidade consumida em resposta a um choque no poder de compra ponderado pela produtividade.

Palavras-chave:
fertilizantes minerais; produtividade agrícola; SVAR

Autor(es)	Abrangência	Fertilizante	Período	Elasticidade-preço
Carman (1979)Carman, H. F. (1979). The demand for nitrogen, phosphorous and potash fertilizer nutrients in the Western United States. Western Journal of Agricultural Economics, 4, 23-31.	EUA	NPK	1955-1976	-0,2 a -1,8
Mahmood (1995)Mahmood, M. A. A. (1995). Fertilizer demand in Bangladesh. Bangladesh Journal of Agricultural Economics, 18(2).	Bangladesh	N, P e K	1981-1995	-0,12; -0,12; -0,63
Mergos & Stoforos (1997)Mergos, G. J., & Stoforos, C. E. (1997). Fertilizer demand in Greece. Agricultural Economics, 16(3), 227-235.	Grécia	NPK	1961-1993	-0,36 a -0,81
Pescarin (1974)Pescarin, R. M. C. (1974). Relações estruturais da demanda de fertilizantes no Estado de São Paulo (Dissertação de mestrado). Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.	Est. de S. Paulo	N, P e K	1948-1972	-0,47; -0,31; -0,3
Cibantos & Larson (1974)Cibantos, J. S., & Larson, D. W. (1974). A demanda para fertilizantes em um país em desenvolvimento: o caso de São Paulo, Brasil, 1948-71. Revista de Administração Empresarial, 14(5), 46-53.	Est. de S. Paulo	NPK	1949-1971	-0,25 a -2,48
Nicolella et al. (2005)Nicolella, A. C., Dragone, D. S., & Bacha, C. J. C. (2005). Determinantes da demanda de fertilizantes no Brasil no período de 1970 a 2002. Revista de Economia e Sociologia Rural, 43(1), 81-100.	Brasil	NPK	1970-2002	-0,655
Profeta & Braga (2011)Profeta, G. A., & Braga, M. J. (2011). Poder de mercado na indústria brasileira de fertilizantes NPK (04-14-08), no período de 1993-2006. Revista de Economia e Sociologia Rural, 49(4), 837-856.	Brasil	NPK	1993-2006	-2,27
Friedrich (2012)Friedrich, M. (2012). Uma análise da demanda por fertilizantes no Brasil no período de 1970 a 2010 (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.	Brasil	NPK	1970-2010	-0,99

Variável	Descrição
$π'$	Poder de compra ponderado pela produtividade agrícola, em reais por hectare
$X_{z}^{*}$	Quantidades de fertilizantes consumidos, em toneladas
$w_{z}$	Preços dos fertilizantes, em reais

Mato Grosso		Mato Grosso do Sul		Goiás
Cultura	Participação da VBP (%) 1990 a 2015	Cultura	Participação da VBP (%) 1990 a 2015	Cultura	Participação da VBP (%) 1990 a 2015
Soja	61,94	Soja	49,79	Soja	43,29
Algodão	14,15	Cana-de-açúcar	18,54	Cana-de-açúcar	17,09
Milho	12,17	Milho	18,37	Milho	16,21
Cana-de-açúcar	3,92	Algodão	3,55	Algodão	4,75
Demais culturas	7,83	Demais culturas	9,75	Demais culturas	18,65

Série	Componente determinista	N^o de defasagem	Estatística do teste	Valor crítico² 2 valores críticos obtidos em Mackinnon (1996). Fonte: Dados da pesquisa		Resultado da significância de H0
Série	Componente determinista	N^o de defasagem	Estatística do teste	5%	1%	Resultado da significância de H0
Consumo de fertilizante nitrogenado	Tendência	4	−2,271	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)^* ***** denota significância de 1%;
	Constante	4	−0,627	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹ 1 na ausência de termos deterministas, o teste DF-GLS é equivalente ao teste ADF (Dickey & Fuller, 1981);	1	2,623	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***
Preço do fertilizante nitrogenado	Tendência	4	−1,720	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)***
	Constante	4	−1,010	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹	3	−0,119	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***
Poder de compra ponderado pela produtividade	Tendência	4	−2,203	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)***
	Constante	4	−0,884	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹ 1 na ausência de termos deterministas, o teste DF-GLS é equivalente ao teste ADF (Dickey & Fuller, 1981);	2	1,883	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***

Série	Componente determinista	N^o de defasagens	Estatística do teste	Valor crítico² 2 valores críticos obtidos em Mackinnon (1996). Fonte: Dados da pesquisa.		Resultado da significância de H0
Série	Componente determinista	N^o de defasagens	Estatística do teste	5%	1%	Resultado da significância de H0
Consumo de fertilizante fosfatado	Tendência	4	−1,993	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)^* ***** denota significância de 1%;
	Constante	4	−0,496	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹ 1 na ausência de termos deterministas, o teste DF-GLS é equivalente ao teste ADF (Dickey & Fuller, 1981);	1	1,778	−1,950	−2,62	Não rejeita H0: I (1)***
Preço do fertilizante fosfatado	Tendência	4	−2,067	−3,19	−3,770	Não rejeita H0: I (1)***
	Constante	4	−1,990	−1,950	−2,64	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹ 1 na ausência de termos deterministas, o teste DF-GLS é equivalente ao teste ADF (Dickey & Fuller, 1981);	1	−0,695	−1,95	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***
Poder de compra ponderado pela produtividade	Tendência	4	−2,203	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)***
	Constante	4	−0,884	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹	2	1,883	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***

Série	Componente determinista	N^o de defasagens	Estatística do teste	Valor crítico² 2 valores críticos obtidos em Mackinnon (1996). Fonte: Dados da pesquisa.		Resultado da significância de H0
Série	Componente determinista	N^o de defasagens	Estatística do teste	5%	1%	Resultado da significância de H0
Consumo de fertilizante potássico	Tendência	4	−1,850	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)^* ***** denota significância de 1%;
	Constante	4	−0,227	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹ 1 na ausência de termos deterministas, o teste DF-GLS é equivalente ao teste ADF (Dickey & Fuller, 1981);	1	2,231	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***
Preço do fertilizante potássico	Tendência	4	−2,077	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)***
	Constante	4	−0,896	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹	2	−0,482	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***
Poder de compra ponderado pela produtividade	Tendência	4	−2,203	−3,190	−3,770	Não rejeita H0: I (1)***
	Constante	4	−0,884	−1,950	−2,640	Não rejeita H0: I (1)***
	Nenhum¹	2	1,883	−1,950	−2,620	Não rejeita H0: I (1)***

Hipótese		Estatística do teste	Valores críticos¹ 1 valores críticos obtidos em Osterwald-Lenum (1992). Fonte: Dados da pesquisa.		Resultado da significância
Nula	Alternativa	Estatística do teste	5%	1%	Resultado da significância
r = 0	r > 0	29,68	31,52	37,22	Não rejeita H0***
r ≤ 1	r > 1	12,01	17,95	23,52	Não rejeita H0***
r ≤ 2	r > 2	0,32	8,18	11,65	Não rejeita H0***

Hipótese		Estatística do teste	Valores críticos¹ 1 valores críticos obtidos em Osterwald-Lenum (1992). Fonte: Dados da pesquisa		Resultado da significância
Nula	Alternativa	Estatística do teste	5%	1%	Resultado da significância
r = 0	r > 0	26,73	31,52	37,22	Não rejeita H0***
r ≤ 1	r > 1	9,69	17,95	23,52	Não rejeita H0***
r ≤ 2	r > 2	1,35	8,18	11,65	Não rejeita H0***

Hipótese		Estatística do teste	Valores críticos¹ 1 valores críticos obtidos em Osterwald-Lenum (1992). Fonte: Dados da pesquisa		Resultado da significância
Nula	Alternativa	Estatística do teste	5%	1%	Resultado da significância
r = 0	r > 0	25,89	31,52	37,22	Não rejeita H0***
r ≤ 1	r > 1	9,02	17,95	23,52	Não rejeita H0***
r ≤ 2	r > 2	1,28	8,18	11,65	Não rejeita H0***

Influência		Coeficiente estimado	Nível de significância
Do	Sobre	Coeficiente estimado	Nível de significância
Poder de compra ponderado pela produtividade	Consumo de fertilizante nitrogenado	0,4649^* ***** denota significância de 1%. Fonte: Dados da pesquisa	0,0065
Preço do fertilizante nitrogenado	Consumo de fertilizantes nitrogenado	0,0236	0,7780

Influência		Coeficiente estimado	Nível de significância
Do	Sobre	Coeficiente estimado	Nível de significância
Poder de compra ponderado pela produtividade	Consumo de fertilizante fosfatado	0,5703^* ***** denota significância de 1%. Fonte: Dados da pesquisa	0,0051
Preço do fertilizante fosfatado	Consumo de fertilizante fosfatado	−0,0467	0,5316

Influência		Coeficiente estimado	Nível de significância
De	Sobre	Coeficiente estimado	Nível de significância
Poder de compra ponderado pela produtividade	Consumo de fertilizante potássico	0,5889^* ***** denota significância de 1%. Fonte: Dados da pesquisa	0,0019
Preço do fertilizante potássico	Consumo de fertilizante potássico	−0,1075	0,3164

Período	Consumo de N (%)	Consumo de P₂O₅ (%)	Consumo de K₂O (%)
1	4,649	5,703	5,889
2	6,405	5,997	5,171
3	6,442	5,745	4,675
4	6,458	5,878	4,933
5	6,472	5,828	4,874

Período	Consumo de N (%)	Consumo de P₂O₅ (%)	Consumo de K₂O (%)
1	0,236	−0,467	−1,075
2	−1,595	−1,126	−2,471
3	−1,321	−0,902	−2,070
4	−1,421	−0,960	−2,090
5	−1,401	−0,953	−2,112

Período	Poder de compra ponderado pela produtividade no modelo
Período	N (%)	P₂O₅ (%)	K₂O (%)
1	0,000	0,000	0,000
2	2,347	1,368	1,285
3	1,673	1,556	0,920
4	1,960	1,264	0,947
5	1,863	1,426	0,963

Período	Poder de compra ponderado pela produtividade no modelo
Período	N (%)	P₂O₅ (%)	K₂O (%)
1	0,000	0,000		0,000
2	−0,553	−1,353		−1,171
3	−0,701	−0,660		−0,815
4	−0,621	−0,922		−0,851
5	−0,665	−0,849		−0,862

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