Resumo:
O objetivo deste trabalho foi discorrer sobre as estruturas de governança adotadas entre pecuaristas e suas cooperativas de abate na cadeia da carne bovina diferenciada no Estado do Paraná. Utilizou-se como base teórica a Economia dos Custos de Transação e a Economia dos Custos de Mensuração, complementadas pelas especificidades das cooperativas. Foram realizadas entrevistas com três agentes-chave e onze representantes de seis cooperativas de abate atuantes nesse sistema. Como resultados, observou-se que as cooperativas possuem objetivos e exigências semelhantes, embora haja diferenças nos níveis de formalidade ou flexibilização. Constata-se que, embora as transações sejam recorrentes e tenham sido exitosas, envolvem elevada especificidade de ativos, dependem de mensurações subjetivas e ainda estão expostas a incertezas de mercado, o que deixa margem para geração de conflitos e desincentivos à qualidade. Apesar disso, os aspectos relacional e reputacional associados à confiança e parceria entre as partes se constituem como elementos que possibilitam a redução dos custos de transação e de mensuração nessas estruturas. As mensurações realizadas pelas cooperativas tiveram um importante papel na construção da confiança entre as partes e para a distribuição de valor, em um primeiro momento. Em um segundo momento, a confiança construída possibilitou a redução dos custos de mensuração.
Palavras-chave:
coordenação; cooperativa; formas híbridas; diferenciação; pecuária de corte