Resumo:
Este artigo indaga acerca da figura autoral da colombiana Marvel Moreno, construída em torno a sua inadequação no cânone literário do Caribe colombiano e latino-americano. Essa marginação está estabelecida em grande parte sobre o fato de ela ser uma escritora dentro de um campo majoritariamente masculino e sem dúvida masculinista. Essa posição tem um duplo efeito, pois ao mesmo tempo que pretende oferecer a Moreno um lugar próprio dentro do campo literário também logra excluí-la desse campo, até torná-la invisível. Primeiramente, considerarei as vozes presentes na narrativa de Moreno, as quais se relacionam com posicionamento da autora e da sua obra no campo literário. Em seguida, analisarei alguns textos críticos sobre a autora e sua obra para observar se sua imagem pode corresponder a certas figuras do imaginário próprio da escritora: Judith Shakespeare, a artista maldita, a irmã mais nova, entre outras. Finalmente, tentarei mostrar se a inclusão de uma escritora como Marvel Moreno no campo literário colombiano ainda é um problema.
Palavras-chave:
Marvel Moreno; feminismo; escrita das mulheres; literatura colombiana; estudos autorais