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BANCOS PÚBLICOS E COMPETIÇÃO BANCÁRIA

RESUMO

Como as margens de bancos privados são afetadas pela conduta de bancos públicos é uma questão relevante tanto para a política de defesa da concorrência quanto para o desenvolvimento de mercados de crédito em economias emergentes. Neste artigo, esta questão é abordada usando uma variação exógena na conduta de bancos estatais entre 2008 e 2015, quando um governo mais intervencionista implementou uma ampla política anticíclica em grandes linhas de crédito ofertadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A partir deste evento, é estimada uma função de melhor resposta para bancos privados derivada em um modelo de competição oligopolística mista, onde firmas públicas e privadas diferem em suas funções objetivo. Usando uma base de dados de operações de crédito realizadas pelo BNDES a partir de intermediários financeiros, resultados para modelos dinâmicos em painel apontam para uma baixa reação de instituições privadas à conduta das estatais. No longo prazo, foi estimada uma redução nas margens dos bancos privados de 0.03 p.p para uma redução 1 p.p nas taxas definidas por bancos públicos. Neste sentido, a redução observada nas margens que ocorreu entre 2008 e 2014 está possivelmente associada a um custo para o financiamento dos intermediários financeiros mais baixo.

PALAVRAS-CHAVE:
Sistema bancário; margens; competição; oligopólio misto

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