Fatores de risco para infiltração em crianças e adolescentes com cateteres intravenosos periféricos

Santos, Luciano Marques dos; Figueredo, Irlane Batista; Silva, Cleonara Sousa Gomes e; Catapano, Uliana Oliveira; Silva, Bianka Sousa Martins; Avelar, Ariane Ferreira Machado

Acessibilidade / Reportar erro

Brasil

Revista Brasileira de Enfermagem

Español English

Brasil

Español English

sumário « anterior atual seguinte »

Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Rev. Bras. Enferm. 75 (04) • 2022 • https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0176 copiar

Fatores de risco para infiltração em crianças e adolescentes com cateteres intravenosos periféricos

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivos:

estimar a incidência de infiltração e os fatores associados à sua ocorrência em crianças e adolescentes no período operatório e com cateteres intravenosos periféricos.

Métodos:

estudo longitudinal e prospectivo, realizado na unidade de clínica cirúrgica de um hospital pediátrico de Feira de Santana, Bahia, de abril/2015 a dezembro/2016, com crianças e adolescentes em uso cateteres intravenosos periféricos. Para a análise, realizaram-se os testes qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher. Aplicou-se análise múltipla mediante a Regressão de Poisson com variância robusta.

Resultados:

a incidência de infiltração foi de 31,2% e foi associada ao sexo feminino (RR=0,53; IC=[0,30-0,96]), crianças não eutróficas (RR=2,27; IC=[1,25-4,20]), que utilizaram medicamentos não irritantes e não vesicantes (RR=1,72; IC=[1,03-2,87]), medicamentos vesicantes (RR=1,84; IC=[1,05-3,22]) e eletrólitos irritantes/vesicantes (RR=2,35; IC=[1,38-3,97]).

Conclusões:

sugere-se o desenvolvimento de estratégias que auxiliarão na prevenção desse evento adverso por meio do conhecimento dos fatores associados.

Descritores:
Enfermagem Pediátrica; Criança Hospitalizada; Cateterismo Periférico; Infusões Intravenosas; Efeitos Adversos

	n	%
Infiltração	34	31,2
Idade em meses (n = 97)
Até 35 (lactente)	14	14,4
De 36 a 83 (pré-escolar)	25	25,8
De 84 a 131 (escolar)	20	20,6
≥ 132 (adolescente)	38	39,2
Sexo (n = 97)
Feminino	42	43,3
Masculino	55	56,7
Raça/cor (n = 97)
Branca	10	10,3
Não branca^* * Nesta categoria, estão incluídos pretos e pardos.	87	89,7
História de prematuridade (n = 97)	8	8,2
Condição nutricional (n = 97)
Eutrófica	86	88,7
Desnutrida	10	10,3
Obesa	1	1
Tempo de hospitalização (n = 97)
Até 7 dias	76	78,4
≥ 8 dias	21	21,6

Variáveis	Sim (n = 34) n (%)	Não (n = 75) n (%)	Valor de p	RR^§	IC (95%)^‡ ‡ Intervalo de confiança de 95%.
Idade			0,072^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,76	0,95-2,89
Até 6 anos (até 83 meses)	18 (40,9%)	26 (59,1%)
≥ a 7 anos (84 meses ou mais)	16 (24,6%)	49 (75,4%)
Sexo			0,038^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,53	0,28-0,99
Feminino	10 (20,8%)	38 (79,2%)
Masculino	24 (39,3%)	37 (60,7%)
Raça/cor			1,000^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	0,86	0,31-2,36
Brancas/vermelhas	03 (27,3%)	08 (72,7%)
Pretas/pardas	31 (31,6%)	67 (68,4%)
História de prematuridade			1,000^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	0,79	0,23-2,7
Sim	02 (25%)	06 (75%)
Não	32 (31,7%)	69 (68,3%)
Condição nutricional			0,033^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	2,09	1,19-3,65
Não eutrófica	8 (51,1%)	6 (42,9%)
Eutrófica	26 (27,4%)	69 (72,6%)
Tempo de hospitalização (dias)			0,172^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,47	0,85-2,56
Maior ou igual a 8 dias	15 (39,5%)	23 (60,5%)
Até 7 dias	19 (26,8%)	52 (73,2%)

Variáveis	Sim (n = 34) n (%)	Não (n = 75) n (%)	Valor de p	RR^§	IC (95%)^‡ ‡ Intervalo de confiança de 95%.
Histórico de dificuldade para a CIP^£ £ cateterização intravenosa periférica;			0,003^* * Qui-quadrado de Pearson;	2,44	1,29-4,61
Sim	24 (44,4%)	30 (55,6%)
Não	10 (18,2%)	45 (81,8%)
Terapia intravenosa periférica prolongada			0,172^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,47	0,85-2,56
Sim	15 (39,5%)	23 (60,5%)
Não	19 (26,8%)	52 (73,2%)
Antecedente de complicações^† † Em duas crianças/adolescentes, não foi possível coletar essa informação;			0,027^* * Qui-quadrado de Pearson;	2,25	1,02-4,95
Sim	27 (37,5%)	45 (62,5%)
Não	06 (17,1%)	30 (82,9%)
Antecedente de flebite			0,803^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,92	0,49-1,72
Sim	10 (35,7%)	18 (64,3%)
Não	17 (38,6%)	27 (61,4%)
Antecedente de infiltração			0,945^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,02	0,52-2,03
Sim	20 (37,7%)	33 (62,3%)
Não	07 (18,9%)	12 (63,2%)
Antecedente de extravasamento			0,161^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	1,77	0,96-3,27
Sim	06 (60%)	04 (40%)
Não	21 (33,9%)	41 (66,1%)
Antecedente de obstrução			0,430^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,73	0,33-1,64
Sim	05 (29,4%)	12 (70,6%)
Não	22 (40%)	33 (60%)
Local de realização da CIP^£ £ cateterização intravenosa periférica;			1,000^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	0,96	0,34-2,58
MMII^± ± Membros inferiores;λMembros superiores;	03 (30%)	07(70%)
MMSS^λ	31 (31,3%)	68 (68,7%)
Visibilidade da veia			0,436^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,25	0,71-2,21
Não visível	13 (36,1%)	23 (63,9%)
Visível	21 (28,8%)	52 (71,2%)
Palpabilidade da veia			0,930^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,96	0,32-2,59
Não palpável	07 (30,4%)	16 (63,9%)
Palpável	27 (31,4%)	59 (71,2%)
Calibre do cateter			0,6948^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	1,49	0,59-3,75
20 G^δ δ Gauge.	03 (42,9%)	04 (57,1%)	> 0,99^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	1,18	0,43-3,26
24 G^δ δ Gauge.	08 (36,4%)	14 (63,6%)
22 G^δ δ Gauge.	23 (28,8%)	57 (71,3%)
Material do cateter			0,360^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,76	0,43-1,35
Teflon	22 (28,6)	55 (71,4%)
Poliuretano	12 (37,5%)	20 (62,5%)
Método de punção			0,145^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	2,04	0,700-9,60
Direto	31 (34,1%)	60 (65,9%)
Indireto	03 (16,7%)	15 (83,3%)
Estabilização do cateter			0,440^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,31	0,68-2,54
Não	7 (38,9%)	11 (61,1%)
Sim	27 (39,7%)	64 (70,3%)

Variáveis	Sim (n = 34) n (%)	Não (n = 75) n (%)	Valor de p	RR^§ § Não foi possível verificar o tipo de medicamento e eletrólito utilizado por uma criança;	IC (95%)^‡ ‡ Intervalo de confiança de 95%;
Uso de medicamentos irritantes^§ § Não foi possível verificar o tipo de medicamento e eletrólito utilizado por uma criança;			0,678^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,88	0,48-1,60
Sim	22 (39,3%)	53 (70,7%)
Não	11 (33,3%)	22 (66,7%)
Uso de medicamentos vesicantes^§ § Não foi possível verificar o tipo de medicamento e eletrólito utilizado por uma criança;			0,135^* * Qui-quadrado de Pearson;	1,58	0,89-2,80
Sim	11 (42,3%)	15 (57,7%)
Não	22 (26,8%)	60 (73,2%)
Uso de medicamento não irritante e não vesicante			0,060^* * Qui-quadrado de Pearson;	0,57	0,31-1,04
Sim	12 (22,2%)	42 (77,8%)
Não	21 (38,9%)	33 (61,1%)
Uso de eletrólito irritante/vesicante^§ § Não foi possível verificar o tipo de medicamento e eletrólito utilizado por uma criança;			0,010^* * Qui-quadrado de Pearson;	2,26	1,32-3,84
Sim	09 (60%)	06 (40%)
Não	25 (26,6%)	69 (73,4%)
Tempo de utilização da CIP^£ £ cateterização intravenosa periférica. (horas)			0,215^ teste exato de Fisher;§Risco Relativo;	0,61	0,26-1,41
Maior ou igual a 72	05 (20,8%)	19 (79,2%)
Menor que 72	29 (34,1%)	56 (65,9%)

Variáveis	Ocorrência de infiltração
Variáveis	Valor de p	RR^§ § Risco Relativo;	IC (95%)^‡ ‡ Intervalo de confiança de 95%.
Sexo	0,038	0,53	0,30-0,96
Feminino
Masculino
Condição nutricional	0,008	2,27	1,25-4,20
Desnutrida
Eutrófica
Utilização de medicamentos vesicantes	0,039	1,72	1,03-2,87
Sim
Não
Utilização de medicamentos não irritantes/não vesicantes	0,034	1,84	1,05-3,22
Sim
Não
Utilização de eletrólitos irritantes/vesicantes	0,002	2,35	1,38-3,97
Sim
Não

Associação Brasileira de Enfermagem SGA Norte Quadra 603 Conj. "B" - Av. L2 Norte 70830-102 Brasília, DF, Brasil, Tel.: (55 61) 3226-0653, Fax: (55 61) 3225-4473 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: reben@abennacional.org.br

Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS

[1] Autor Correspondente: Luciano Marques dos Santos, E-mail: lucmarxenfo@yahoo.com.br