Fatores associados à síndrome de fragilidade em idosos com doença de Parkinson

Couto, Alcimar Marcelo do; Soares, Sonia Maria

doi:10.1590/0034-7167-2022-0096pt

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Revista Brasileira de Enfermagem

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Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Rev. Bras. Enferm. 75 (suppl 4) • 2022 • https://doi.org/10.1590/0034-7167-2022-0096pt copiar

Fatores associados à síndrome de fragilidade em idosos com doença de Parkinson

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivos:

analisar os fatores sociodemográficos e clínicos associados à fragilidade em idosos com doença de Parkinson no contexto de um Serviço de Atenção Especializada em Saúde do Idoso.

Métodos:

estudo documental, analítico, correlacional, de corte transversal, realizado com 230 idosos com Parkinson. Foram avaliados os prontuários dos pacientes com enfoque em dois instrumentos: Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional - 20; e o Plano de Cuidados da avaliação multidimensional.

Resultados:

predomínio de idosos entre 80 e 89 anos; sexo feminino; com baixa escolaridade; classificados como frágeis. Houve correlação entre a fragilidade e as variáveis: sexo; idade; faixa etária; escolaridade; manifestações motoras; manifestações não motoras; estadiamento de Hoehn e Yahr e tempo de diagnóstico.

Conclusões:

constatou-se alta simultaneidade das condições de fragilidade e doença de Parkinson. Acredita-se que os resultados poderão auxiliar a estruturação de protocolos para atuação da enfermagem de forma sistematizada na promoção do autocuidado desses indivíduos.

Descritores:
Doença de Parkinson; Idoso; Vulnerabilidade em Saúde; Fragilidade; Enfermagem.

Pontuação no IVCF-20	Mediana 20	(Q1 - Q3)^* * Q1 - Q3: primeiro quartil - terceiro quartil. (14 - 26)
Pontuação no IVCF-20	n	%
Classificação clínico-funcional
Robusto Risco de fragilização Frágil	19 40 171	8,3 17,4 74,3
Total	230	100,0

Variáveis/Classificação clínico-funcional	Fragilidade						Valor de p^* * Teste qui-quadrado;
	Não frágil (n = 59)		Frágil (n = 171)		Total (n = 230)
	n	%	n	%	n	%
Faixa etária
60 a 69 anos	16	27,1	17	9,9	33	14,3	0,003^* ***** valor de p significante.
70 a 79 anos	22	37,3	54	31,6	76	33,0
80 a 89 anos	18	30,5	84	49,1	102	44,3
90 anos ou mais	3	5,1	16	9,4	19	8,4
Idade Mediana (Q1 - Q3)^ teste de Mann-Whitney;	76 (68 - 82)		81 (75 - 86)		80 (73 - 85)		0,000^* ***** valor de p significante.
Sexo
Masculino	34	57,6	72	42,1	106	46,1	0,039^* ***** valor de p significante.
Feminino	25	42,4	99	57,9	124	53,9	0,039^* ***** valor de p significante.
Escolaridade
Não estudou	2	3,5	45	26,3	47	20,4	0,007^* ***** valor de p significante.
1 a 4 anos	42	70,1	92	53,9	134	58,2
5 a 8 anos	5	8,8	14	8,4	19	8,3
9 a 11 anos	8	14	14	8,4	22	9,6
Mais de 11 anos	2	3,5	6	3	8	3,5

Variáveis/Classificação clínico‑funcional	Fragilidade						Valor de p^* * Teste de qui-quadrado;
	Não frágil		Frágil		Total
	n	%	n	%	n	%
Manifestações Motoras
Tremores	41	87,2%	99	71,7%	140	75,7%	0,032^* ***** valor de p significante.
Rigidez	25	53,2%	107	77,5%	132	71,4%	0,001^* ***** valor de p significante.
Bradicinesia	34	72,3%	101	73,2%	135	73,0%	0,910
Congelamento (freezing)	1	1,9%	16	10,5%	17	8,3%	0,054
Instabilidade Postural	33	55,9%	134	78,4%	167	72,6%	0,001^* ***** valor de p significante.
Fala/discurso	11	18,6%	60	35,1%	71	30,9%	0,018^* ***** valor de p significante.
Excesso de salivação	2	3,4%	14	8,2%	16	7,0%	0,212
Mastigação/deglutição	6	10,2%	59	34,5%	65	28,3%	0,000^* ***** valor de p significante.
Escrita (micrografia)	1	1,7%	2	1,2%	3	1,3%	0,759
Manifestações Não Motoras
Distúrbio Cognitivo	11	18,6%	104	60,8%	115	50,0%	0,000^* ***** valor de p significante.
Distúrbio do Humor/Depressão	31	52,5%	128	74,9%	159	69,1%	0,001^* ***** valor de p significante.
Alucinações e delírios	3	5,1%	41	24,0%	44	19,1%	0,001^* ***** valor de p significante.
Ansiedade	14	23,7%	31	18,1%	45	19,6%	0,350
Apatia	2	3,4%	28	16,4%	30	13,0%	0,011^* ***** valor de p significante.
Fadiga	3	5,1%	15	8,8%	18	7,8%	0,363
Distúrbio do sono	28	50,9%	99	61,5%	127	58,8%	0,169
Distúrbio urinário	29	49,2%	132	77,2%	161	70,0%	0,000^* ***** valor de p significante.
Hipotensão postural	11	18,6%	27	15,8%	38	16,5%	0,611
Constipação	18	30,5%	72	42,1%	90	39,1%	0,116
Dor	11	18,6%	46	26,9%	57	24,8%	0,205

Variáveis/classificação clínico‑funcional	Fragilidade						Valor de p^* * Teste de qui-quadrado;
	Não frágil		Frágil		Total
	n	%	n	%	n	%
Estadiamento
Leve	29	50,0%	16	9,5%	45	19,8%	0,000^* ***** valor de p significante.
Moderado	25	43,1%	62	36,7%	87	38,3%
Grave	4	6,9%	91	53,8%	95	41,9%
Tempo de diagnóstico
Mediana (Q1 - Q3)^ teste de Mann Whitney;	2 (0 - 6,5)		4 (1 - 9)		4 (0 - 8)		0,034^* ***** valor de p significante.
Faz uso de prolopa
Não	1	1,9%	8	5,1%	9	4,2%	0,312
Sim	53	98,1%	150	94,9%	203	95,8%
Faz uso de outra medicação antiparkinsoniana
Não	44	81,5%	125	79,1%	169	79,7%	0,709
Sim	10	18,5%	33	20,9%	43	20,3%	0,709
Tipo de outra medicação antiparkinsoniana
Pramipexol	5	50,0%	16	48,5%	21	48,8%	0,693
Entacapone	2	20,0%	10	30,3%	12	27,9%
Amantadina	2	20,0%	2	6,1%	4	9,3%
Pramipexol + entacapone	1	10,0%	4	12,1%	5	11,6%
Pramipexol + amantadina	0	0,0%	1	3,0%	1	2,3%

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[1] Autor Correspondente: Alcimar Marcelo do Couto E-mail: amarcelocouto@gmail.com