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Flávio Augusto D'Araujo Couto

Flávio Augusto D'Araujo Couto

A revista Ceres, em seus 72 anos de existência, como testemunha e divulgadora da produção científica Nacional, não poderia deixar de homenagear os cinquenta anos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Agrárias.

Em razão disso, é mais que justo que lembremos a história e a vida de um dos seus grandes alavancadores: o professor Flávio Augusto D'Araujo Couto.

Flávio Augusto D'Araujo Couto, nascido na cidade do Porto Portugal, em 27 de setembro de 1925, quarto filho de Carlos Antonio D'Araujo Couto e Nilza Amália Ferreira Couto, chegou ao Brasil com três meses de idade, passando a residir em Niterói, RJ, onde realizou os cursos primário e secundário. Transferiu-se, em 1942, para Viçosa, matriculando-se no Curso Complementar, oferecido pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária - ESAV, preparando-se para o exame vestibular do Curso Superior de Agronomia, onde se formou, aos 22 anos, como Engenheiro-Agrônomo, na turma de 1947.

Em 1949, naturalizou-se brasileiro e casou-se com Amélia Alencar D'Araujo Couto, com quem teve seis filhos.

Iniciou seus trabalhos de pesquisador no Instituto Agronômico da Secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gerais e ali permaneceu de 1948 a 1950. No início de 1951, aceitou o convite da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, em Viçosa, para atuar no Magistério, como instrutor no Departamento de Horticultura. Foi promovido a Professor Assistente em Olericultura em 1953, por aprovação em Concurso de Provas e Títulos. Completou sua formação acadêmica nos Estados Unidos, obtendo, em 1955, o título de Master of Science na Universidade da Califórnia-Davis Campus. Tornou-se Doutor em Olericultura e Jardinocultura pela UREMG, em concurso público de provas e títulos, para o cargo de Professor Catedrático, em 1958.

Preocupado com o ensino e o desenvolvimento científico e tecnológico da Olericultura, participou intensivamente dos Programas de Pós-graduação da UREMG, iniciados com um curso de cinco semanas para Professores Universitários e Pesquisadores, no início de 1960, pelo Projeto ETA 55. O curso formal, em nível de Mestrado, foi iniciado em 1961, sendo a primeira tese em Ciências Agrárias defendida, no Brasil, no final de dezembro de 1961. Nos 10 anos seguintes, orientou 28 teses. Como Chefe do Departamento de Horticultura (1961/1965) e primeiro Diretor do Instituto de Fitotecnia (1965/1968), promoveu a capacitação, em nível de Mestrado e Doutorado, de todos os Professores Assistentes do setor.

Fundador, em 1961, em Viçosa, da Sociedade de Olericultura do Brasil, e incentivador da criação da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes, montou e coordenou, na UFV, um projeto-piloto de produção de sementes de hortaliças, contribuindo, assim, para diminuir a dependência tecnológica existente na época.

Após sua aposentadoria, em 1971, aceitou o convite da empresa de Sementes Agroceres S.A. para instalar sua subsidiária Sementes Horticeres S.A., da qual foi Diretor-Técnico até 1975.

O constante interesse pela pesquisa em hortaliças foi decisivo para que aceitasse o convite da Embrapa para exercer as funções de assessor do Departamento Técnico Científico. Em 1978, tornou-se o responsável pela adequação da UEPAE de Brasília para a pesquisa com hortaliças. Conseguiu verba específica, do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, para a construção de Laboratórios, Biblioteca, Administração e Campos Experimentais, promovendo, simultaneamente, o treinamento dos seus pesquisadores em nível de Ph.D. Em 1981, a Unidade foi promovida, pela Diretoria da Embrapa, a Centro Nacional de Pesquisas de Hortaliças, exercendo a Chefia Geral desta até 1985.

Publicou suas pesquisas em diversas revistas e periódicos nacionais e estrangeiros, sendo autor de 45 trabalhos e coautor de outros 36.

O Professor Flavio Augusto D'Araujo Couto recebeu diversas distinções e honrarias, as quais muito o sensibilizaram, registrando-se, entre elas, as seguintes: Diploma de Reconhecimento, em 1976, outorgado pela Associação de Professores da Universidade Federal de Viçosa, em reconhecimento da Classe Docente ao seu Magistério na UFV; Comenda de Mérito Alvorada, em 1979, outorgada pelo Governo do Distrito Federal, pela contribuição prestada à Agricultura do Distrito Federal; Placa Professor Marcilio de Souza Dias, em 1980, outorgada pela Sociedade de Olericultura do Brasil, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento da Olericultura do Brasil; Prêmio Frederico de Meneses Veiga, em 1981, outorgado pela Embrapa a pesquisadores em Agricultura; Comenda do Sol Nascente Raios de Ouro com Roseta, em 1988, outorgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, recebida na Embaixada do Japão em Brasília, em reconhecimento pelos trabalhos prestados aos agricultores de origem japonesa no Brasil; e Placa Embrapa Hortaliças, em 2011, outorgada em Seção Solene pela comemoração dos 30 anos da instalação desta Unidade da Embrapa, quando foi lançado o Cultivar Hibrido Tomate BRS COUTO, em sua homenagem.

Em vista de tão relevantes serviços prestados à Agricultura Nacional e ao Brasil, a Revista Ceres rende ao prof. Flavio Augusto D'Araujo Couto as mais justas homenagens.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jul 2011
  • Data do Fascículo
    Jun 2011
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