Listas de sentenças em português: avaliação da percepção da fala em crianças

Murari, Tatiana Cristina; Frederigue-Lopes, Natália Barreto; Santos, Flávia Rodrigues dos; Delgado-Pinheiro, Eliane Maria Carrit

doi:10.1590/1982-0216/20222459122s

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Sumário

ARTIGOS ORIGINAIS • Rev. CEFAC 24 (5) • 2022 • https://doi.org/10.1590/1982-0216/20222459122s copiar

Listas de sentenças em português: avaliação da percepção da fala em crianças

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

elaborar listas de sentenças no Português Brasileiro, com vocabulário baseado em situações de comunicação do dia a dia, para a avaliação da percepção auditiva dos sons da fala em crianças.

Métodos:

o material utilizado para a obtenção das sentenças foi um corpus do Português Brasileiro, com adequações aos critérios estabelecidos nesta pesquisa e analisado por juízes. Foram elaboradas 37 listas, compostas por 13 sentenças e 50 vocábulos fonológicos, que foram denominados palavras-chave. O material foi aplicado em 10 crianças sem queixas auditivas ou de comunicação, na faixa etária entre seis e 10 anos. Foi aplicado o teste de Friedman para verificar possíveis diferenças entre as listas. O nível de significância adotado foi de 5% (0,05).

Resultados:

a média do índice de reconhecimento de fala apresentada pelos participantes nas 37 listas de sentenças foi de 96,8%. As 37 listas foram estatisticamente semelhantes (p= 0,140).

Conclusão:

o material elaborado possui sentenças que representam situações de comunicação do dia a dia de crianças, é de fácil e rápida aplicação.

Descritores:
Percepção da Fala; Percepção Auditiva; Criança; Testes Auditivos; Perda Auditiva

Etapa: Recorte do corpus
Primeira análise		Segunda análise
Itens excluídos:	Outras alterações:	Itens excluídos:	Outras alterações:
• Turnos da avaliadora; • Códigos utilizados na transcrição; • Frases sem sentido; • Frases incompletas (respostas das crianças à fala da avaliadora); • Frases repetidas pela mesma criança; • Frases que representavam a demonstração um desenho realizado pela criança; • Frases que narravam as figuras em sequência (resultou em muitas frases repetidas, por ter sido utilizada a mesma sequência de figuras); • Frases produzidas em função da leitura (por não se tratar de produções espontâneas das crianças); • Palavras repetidas na mesma frase; • Expressões características da linguagem falada (aí terminou, acontece que, só que, assim ó).	• Separação dos parágrafos em frases, considerando-se o início marcado por uma palavra introdutória (daí, então, um dia, depois) e os pontos finais, caracterizando o início de uma nova frase ou fato; • Separação de longos períodos compostos.	• Frases com verbo transitivo, mas sem complemento e sem sentido; • Parágrafos em que alguma criança era encorajada a narrar novamente para outra criança o que havia contado para a avaliadora; • Frases interrogativas; • Frases muito extensas, sem possibilidade de redução, pois quando possível, a frase era dividida; • Frases confusas ou com sentido, apenas, pelo contexto.	• Substituição de palavras características do dialeto regional; • Substituição de palavras pouco conhecidas ou que caracterizavam gírias; • Acréscimo de uma palavra que exercesse a mesma função na frase sem alterar a concordância e o tempo verbal, quando a sentença não apresentava sujeito (exemplo: respostas da criança à pergunta da avaliadora); • Substituição dos nomes próprios por palavras que exercessem a mesma função na frase.
Etapa: Análise das sentenças pelos juízes
Primeira análise:		Segunda análise:
Juízes:	Alterações:	Juízes:	Alterações:
• Três juízes (fonoaudiólogos)	• Foram selecionadas apenas as sentenças não excluídas por nenhum dos juízes	• Dois juízes (fonoaudiólogos)	• Exclusão de frases consideradas inadequadas ao propósito do trabalho
Etapa: Análise Final
Itens excluídos:		Outras alterações:
• Frases inadequadas aos critérios do trabalho; • Pronome “eu” de algumas sentenças, de forma que não prejudicasse a estruturação frasal, ou seja, a conjugação verbal não foi alterada e a frase deveria conter algum elemento que indicasse o sujeito “eu” (exemplo: meu, minha)		• Correção do Português de forma que não comprometesse a naturalidade das sentenças; • Modificação de expressões não comuns (“o pai”, “a mãe”, “o vô”, “a vó” para “papai”, “mamãe”, “vovô” e “vovó”)

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[1] Endereço para correspondência: Eliane Maria Carrit Delgado-Pinheiro, Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, Avenida Hygino Muzzi Filho, 737 - Mirante, CEP: 17.525-900 - Marília, São Paulo, Brasil, E-mail: eliane.delgado@unesp.br