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Estudo epidemiológico do câncer de pênis em um estado do Nordeste - Brasil

RESUMO

Objetivo:

traçar o perfil clínico e epidemiológico do câncer de pênis no Rio Grande do Norte/Brazil e relacioná-los com dados publicados na literatura.

Métodos:

realizou-se estudo transversal de 94 pacientes diagnosticados com câncer de pênis no período de 2011-2018, tratados na Liga Norte Riograndense Contra o Câncer.

Resultados:

todos os pacientes foram diagnosticados com carcinoma espinocelular, principalmente com idade acima dos 50 anos, provenientes do interior do estado, pardos, analfabetos ou com ensino fundamental incompleto. Ao diagnóstico, 68% dos pacientes foram classificados com tumores =T2 e 30% possuiam envolvimento linfonodal. Metástases à distância foram detectadas em 2,1% dos pacientes ao diagnóstico. A maioria dos pacientes recebeu o diagnóstico na fase inicial da doença, mas 20,2% foram diagnosticados em estádio IV. Penectomia parcial foi a cirurgia mais realizada e 10% dos pacientes recidivaram, principalmente para linfonodos (87,5%). A média de seguimento dos pacientes foi de 18 meses, apresentando estimativa de sobrevida global em 5 anos de 59,1%. No entanto, 25% dos pacientes foram acompanhados por até 3 meses, perdendo o seguimento.

Conclusão:

o Estado do Rio Grande do Norte apresenta elevada incidência de câncer de pênis com alta frequência de tumores localmente avançados ao diagnóstico, assim como em pacientes mais jovens, menores que 50 anos de idade. Outrossim, o fator socioeconômico interfere no diagnóstico precoce e dificulta o acesso a serviços especializados. .

Palavras-chave:
Neoplasias Penianas; Carcinoma de Células Escamosas; Epidemiologia; Doenças do Pênis; Oncologia Cirúrgica

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