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Pancreatite aguda e COVID-19: uma revisão integrativa da literatura

RESUMO

Os primeiros casos da doença COVID-19 foram identificados no final de 2019 na China, mas não foi necessário muito tempo para que se tornasse pandêmica. Acreditava-se, a princípio, que ela fosse restrita apenas a sintomas respiratórios, até que manifestações extrapulmonares fossem mundialmente relatadas. Quadros de pancreatite aguda concomitantes ao diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2 vêm sendo observados em alguns pacientes, na ausência das etiologias mais comuns descritas na literatura. Postula-se que a presença do receptor viral ECA-2 no pâncreas seja responsável pelo dano celular direto e que o estado hiperinflamatório da COVID-19 favoreça o desenvolvimento da pancreatite por mecanismo imunomediado. Este estudo teve como objetivo analisar a correlação entre pancreatite aguda e a doença COVID-19 como um provável fator de causalidade. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, foram incluídos estudos publicados entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022 que trouxessem dados acerca de pacientes diagnosticados com pancreatite aguda conforme a Classificação de Atlanta revisada com diagnóstico confirmado de COVID-19 no mesmo período. Um total de trinta estudos foram revisados. Aspectos demográficos, clínicos, laboratoriais e de imagem foram analisados e discutidos. Acredita-se que o SARS-CoV-2 foi o responsável pelo desenvolvimento de pancreatite aguda nestes pacientes, devido à ausência de demais fatores de risco precipitantes, bem como à estreita relação temporal entre ambos. Uma atenção deve ser dada às manifestações gastrointestinais em pacientes acometidos pela COVID-19.

Palavras-chave:
COVID-19; SARS-CoV-2; Pancreatite

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