RESUMO
O objetivo do estudo é oferecer um resgate histórico do conjunto de ações em governança do solo implementados no estado do Paraná, desde a década de 1970, que vão dos trabalhos desenvolvidos pelos institutos de pesquisa, aos programas governamentais. São ações que possibilitaram o desenvolvimento de tecnologias e a ampla adoção de práticas conservacionistas pelos produtores. Além de indicar os fatores que deram base para a retomada das discussões, em período recente, sobre conservação do solo e da água. Como fontes de informações foram utilizados relatórios de pesquisa e dos programas desenvolvidos no Paraná, empregando o método de revisão histórico-bibliográfica. Verificou-se que foi executado um amplo trabalho de planificação de uso, manejo e conservação dos recursos naturais no Paraná, denotando a construção de uma governança forte em solo e água. Destacam-se no Paraná as ações realizadas em microbacias hidrográficas, pelo pioneirismo do seu enfoque, duração e dimensões, e o desenvolvimento do Sistema Plantio Direto. Contudo, nem tudo foi sempre linear nessa evolução, uma vez que com o passar do tempo foi se constituindo a falsa percepção – principalmente entre os produtores – de que o problema da erosão já estava solucionado. Em consequência disso, muitos agricultores passaram a negligenciar práticas de conservação do solo com uso de terraços, o abandono das operações agrícolas em nível, bem como a rotação de culturas. Tais condutas reavivaram problemas conhecidos e graves de degradação, acentuando os processos de perdas de solo e água pela erosão, e seus prejuízos associados. Neste contexto, descreve-se os instrumentos que estão sendo utilizados em uma nova estratégia paranaense para a retomada de uma efetiva governança do solo, por meio de políticas públicas e de parcerias público-privadas na promoção da conservação de solos e água.
Palavras-chave:
Pesquisa agrícola; Políticas públicas; Gestão e conservação do solo e da água; Sistema plantio direto; Parcerias público-privadas
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