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Insuficiência adrenal na sepse

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Corticosteróides foram introduzidos no tratamento das infecções graves há várias décadas, Diversos estudos aleatórios e controlados com resultados negativos utilizando corticóides em doses elevadas por curto período na sepse ou SARA trouxeram questionamentos acerca da eficácia deste tratamento. Recentemente, um elo entre a inflamação sistêmica e a insuficiência adrenal foi estabelecida. Este achado renovou o interesse na reposição de baixas doses de corticóides por períodos mais longos. O objetivo deste artigo é revisar o papel dos corticosteróides na resposta do hospedeiro ao stress e atualizar o leitor com indicações novas e validadas de reposição de corticosteróides. CONTEÚDO: Extensa revisão da fisiologia adrenal e das alterações fisiopatológicas e suas implicações clínicas em pacientes críticos. CONCLUSÕES: Na vigência de sepse, instabilidade hemodinâmica e perpetuação da resposta inflamatória podem resultar de insuficiência adrenal (IA). Desta forma teste de estimulação com ACTH devem ser realizados precocemente para identificação de IA. À realização do teste deve seguir a reposição de 50 mg de hidrocortisona em bolus e a cada 6 horas associado a 50 µg de fludrocortisona uma vez ao dia. Quando os resultados do teste com ACTH encontrarem-se disponíveis, a terapia deverá ser continuada por sete dias nos não-respondedores e descontinuada nos respondedores. A decisão acerca do tratamento de respondedores ao ACTH com cortisol > 34 µg/dL com potencial resistência periférica ao cortisol deve ser avaliada em futuros ensaios clínicos.

ACTH; cortisol; disfunção orgânica múltipla; insuficiência adrenal; sepse


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