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O que a farmacologia ensina sobre a fisiopatologia dos transtornos obsessivo-compulsivos

Antes considerado de ocorrência rara e resistente ao tratamento, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é atualmente um dos problemas mais comuns em psiquiatria, com uma prevalência de cerca de 2,5%, e uma das principais causas de incapacidade a longo prazo tanto para pacientes como para suas famílias. Na última década, o tratamento do TOC conheceu mudanças drásticas com a introdução dos inibidores seletivos de captação de serotonina (ISCS), tais como fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e citalopram, que proporcionam remissão dos sintomas em cerca de 60% dos pacientes. O TOC responde de forma singular aos agentes serotoninérgicos, mas tal efeito não ocorre quando são usados antidepressivos não-serotoninérgicos, como a desipramina, como foi bem demonstrado. A resposta específica dos pacientes com TOC aos ISCS reforça o possível papel do principal alvo destas drogas, o sistema serotoninérgico, na fisiopatologia deste transtorno. Se o papel da serotonina no TOC é inquestionável, então os futuros estudos devem ser direcionados para o esclarecimento dos subtipos de receptores de serotonina e de mensageiros secundários na transdução do sinal, assim como das interações entre a serotonina e outros neurotransmissores.

Transtorno obsessivo-compulsivo; Agentes serotoninérgicos; Inibidores da captação de serotonina; Psicofarmacologia; Receptores de serotonina; Transdução de sinal


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