RESUMO
Objetivo:
Estimar a prevalência da retinopatia diabética em pacientes diabéticos de uma capital brasileira e correlacioná-la com fatores de risco presentes na população estudada.
Métodos:
Estudo observacional transversal, realizado a partir do relatório de atendimentos prestados em mutirão ocorrido em 2018. O relatório foi preenchido pelos médicos oftalmologistas durante a campanha, com informações referentes a sexo do paciente, idade, classificação do diabetes mellitus, tempo de doença, uso de insulina, índice de massa corporal, hábitos de vida (tabagismo e atividade física) e história de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, além de exame clínico oftalmológico realizado na ação.
Resultados:
Dentre os 219 participantes do estudo, a prevalência da retinopatia diabética foi de 31,96%. As variáveis que se apresentaram como fator de risco com significância estatística foram sexo masculino, idade de 51 a 70 anos, mais de 10 anos de diabetes mellitus, insulinoterapia, índice de massa corporal ≥40kg/m2 e história prévia de infarto agudo do miocárdio. Atividade física mostrou-se como fator protetor significativo.
Conclusão:
Estudos populacionais ao longo dos anos comprovaram a variabilidade geográfica na prevalência da retinopatia diabética justificada pela diferente exposição aos fatores de risco. Dentro de tal conjuntura, ressalta-se o quão fundamental é o conhecimento das características regionais, de modo a orientar as políticas de saúde pública, permitindo atuar com impacto na redução das estatísticas de cegueira evitável.
Descritores:
Diabetes mellitus; Retinopatia diabética; Epidemiologia; Fatores de risco; políticas públicas de saúde