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Epidemiologia do transplante de córnea antes de atingir a Fila Zero

RESUMO

Objetivo:

Traçar o perfil epidemiológico dos doadores e receptores de córnea antes de atingir a Fila Zero.

Métodos:

Estudo epidemiológico, de abordagem quantitativa, com delineamento transversal e analítico, analisando registros da base de dados da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, de 2013 a 2015.

Resultados:

Foram obtidos 1.558 doadores de córnea e 2.287 receptores de córnea, de 2013 a 2015. A maioria dos doadores era homem, procedente da capital, de 21 a 40 anos. Dentre os globos oculares doados, 14,52% foram descartados por má condição, infiltração ou sorologia positiva. Os receptores eram predominantemente mulheres acima de 60 anos de idade. Os procedimentos foram majoritariamente eletivos, devido à ceratopatia bolhosa (28%). Já para transplantes de emergência, a úlcera (38,51%) e o retransplante (35,14%) foram os mais prevalentes. Em geral, os transplantes foram custeados pelo Sistema Único de Saúde.

Conclusão:

A maioria dos pacientes submetidos a transplantes de córnea foram do grupo etário senil, principalmente do sexo feminino, devendo esse grupo ser observado com cautela. Em contrapartida, os doadores eram, principalmente, homens e jovens, refletindo o alto número de pessoas que morrem devido a acidentes trágicos. A cirurgia de ceratopatia bolhosa foi a mais frequente dentre os transplantes eletivos; já a de úlcera foi a principal causa dos procedimentos de emergência. O fato de a maioria das cirurgias ter sido financiada pelo Sistema Único de Saúde reflete a importância desse sistema.

Descritores:
Epidemiologia; Doenças da córnea; Transplante de Córnea; Banco de olhos

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