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Depósito ocular bilateral de clorpromazina

RESUMO

A clorpromazina é uma medicação muito empregada na psiquiatria para tratamento de psicoses, especialmente em casos de esquizofrenia. Desde 1964 existem artigos publicados que correlacionam o uso dessa medicação com o aparecimento de alterações oculares. Neste trabalho, relatamos o caso de um paciente de 65 anos com efeitos oculares devido à terapia de longo prazo com clorpromazina. A biomicroscopia de ambos os olhos apresentou depósitos granulares difusos e de cor marrom, mais proeminente ao nível do estroma profundo e do endotélio da córnea, além de depósitos castanhos subcapsulares anteriores centrais em um padrão estrelado no cristalino. Considerando a dose diária de clorpromazina de 300mg por 10 anos usada pelo paciente, a quantidade total ultrapassa 2.000g (dose considerada significativa para as alterações oculares descritas). Após avaliação oftalmológica completa e descartado outras causas desses depósitos oculares, foram diagnosticados depósito corneano e catarata secundários ao uso de clorpromazina. O caso apresentado reforça a importância do acompanhamento oftalmolÓgico periÓdico de usuários de clorpromazina para o rastreio de alteraçÕes oculares, atentando-se ao tempo de exposição à droga e à posologia da mesma.

Descritores
Córnea; Cristalino; Doenças do cristalino; Catarata; Clorpromazina; Antipsicóticos

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