RESUMO
Objetivo:
Avaliar alterações estruturais e do campo visual 1 ano ou mais após uma crise única de fechamento angular primário agudo utilizando tomografia de coerência óptica de domínio espectral e perimetria automatizada padronizada.
Métodos:
Pacientes que apresentaram crise unilateral única de fechamento angular primário agudo há pelo menos 1 ano foram consecutivamente incluídos entre 2013 e 2016. Os olhos contralaterais foram utilizados como controles. Todos os pacientes foram submetidos a exame oftalmológico, avaliação das camadas de fibras nervosas da retina utilizando tomografia de coerência óptica de domínio espectral e perimetria automatizada padronizada com o Octopus 1-2-3.
Resultados:
Foram incluídos 54 olhos (27 pacientes) com razão homem:mulher de 1:2. O tempo médio após a crise foi de 5,0±5,1 anos (1,0 a 23,5) e a pressão intraocular na crise foi 52,5±9,8mmHg. Nos olhos com fechamento angular primário agudo, todas as espessuras das camadas de fibras nervosas da retina peripapilares (36,3%; p<0,001) e de algumas seções maculares (de 2,1 a 4,7%; p<0,01) estavam reduzidas em comparação aos olhos contralaterais. Além do mais, nos olhos submetidos a fechamento angular primário agudo, o mean defect do campo visual foi estatisticamente e negativamente correlacionado com a redução da espessura de todos os quadrantes peripapilares da camada de fibras nervosas da retina.
Conclusão:
Um único episódio de fechamento angular primário agudo foi associado com redução na espessura da camada de fibras nervosas da retina peripapilar e da espessura macular e com defeitos de campo visual 1 ano ou mais após a crise no olho afetado. Correlações estatisticamente significativas foram identificadas entre danos estruturais e funcionais.
Descritores:
Tomografia de coerência óptica; Campos visuais; Glaucoma de ângulo fechado; Disco óptico; Mácula lútea