A tomada de água pelas raízes de espécies vegetais cultivadas vem a ser uma resposta fisiológica da planta ao processo de perda de água através de seus estômatos. Conhecer a transpiração possibilita a determinação da quantidade ideal de água a ser aplicada no momento certo com vistas à maximização da produção com proteção ambiental. Como a medida direta da transpiração no campo, principalmente em árvores, constitui procedimento que envolve dificuldade operacional e custo relativamente elevado, propôs-se neste estudo uma metodologia de cálculo da transpiração diária de macieiras e citros a partir de variáveis do meio físico e da planta. As variáveis de entrada do modelo proposto compreendem a temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a duração do fotoperíodo e a área foliar da árvore. Taxas de transpiração estimadas com base no gradiente de potencial da água entre o ar atmosférico e a câmara estomática das folhas foram comparadas com valores diários de fluxo de seiva de macieiras e citros determinados através do método de balanço de calor nas regiões de Bordeaux, sudoeste da França, e de Piracicaba, SP, Brasil. O método apresentou estimativas altamente comparáveis às medidas de fluxo de seiva em pomares de macieiras e citros irrigados por gotejamento, visto que os coeficientes de determinação das equações de regressão obtidas foram superiores a 0,93, podendo-se inferir que a lâmina de irrigação a ser adotada durante o ciclo de desenvolvimento dessas espécies frutíferas pode ser estimada com elevada precisão a partir do conhecimento do regime vigente de elementos meteorológicos e da densidade de cobertura vegetal.
consumo hídrico; resistência estomática; macieiras; citros; tempo meteorológico
