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Aloimunização após transfusão de concentrado de hemácias em pacientes atendidos em um serviço de emergência

A aloimunização eritrocitária após transfusão de concentrado de hemácias é uma complicação em pacientes com doenças crônicas que necessitam de transfusões de repetição. Esse estudo objetivou determinar a freqüência de aloimunização, identificar os aloanticorpos, estabelecer os fatores de risco envolvidos e quantificar o risco de aloimunização em pacientes com condições clínicas agudas, submetidos à transfusão de concentrados de hemácias no Instituto Doutor José Frota, utilizando a técnica de gel centrifugação. Foram analisados 5.690 receptores transfundidos com 16.547 concentrados de hemácias, sendo 4.025 do sexo masculino e 1.665 do sexo feminino. Foram excluídos 501 receptores com aloimunização prévia ou tempo de permanência hospitalar inferior a uma semana. Em 120 receptores (2,1%) foram detectados aloanticorpos eritrocitários, sendo 60 do sexo masculino (1,49%) e 60 do sexo feminino (3,60%). A aloimunização foi 2,4 vezes mais freqüente no sexo feminino, sendo que 93,33% das mulheres tinham história de gestação prévia. A média transfusional nos receptores aloimunizados foi de 4,68 bolsas, sendo 4,97 bolsas nos homens e 4,40 bolsas nas as mulheres. Nos pacientes não aloimunizados a média transfusional foi de 2,87 bolsas. O risco de aloimunização foi de 0,83%, sendo 0,59 no sexo masculino e 1,44% no sexo feminino. Os aloanticorpos detectados com maior freqüência foram anti-E (18,25%) e anti-D (16,06%) de um total de 137 aloanticorpos. O tempo médio de detecção dos aloanticorpos foi de 20,88 dias. O risco de aloimunização observado foi elevado para a média transfusional de receptores. A média de idade dos pacientes e o aumento da expectativa de vida aumentam a possibilidade de que transfusões posteriores sejam necessárias, sinalizando a necessidade de modificar o atual suporte hemoterápico a esses pacientes.

Aloanticorpos; aloimunização; eritrócitos; transfusão


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