O treinamento por meio de gameterapia pode aliviar os sintomas de incontinência urinária em mulheres climatéricas? Um estudo de viabilidade

Nagib, Anita Bellotto Leme; Silva, Valeria Regina; Martinho, Natalia Miguel; Marques, Andrea; Riccetto, Cassio; Botelho, Simone

doi:10.1055/s-0041-1733979

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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

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Sumário

Original Article • Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 43 (07) • Jul 2021 • https://doi.org/10.1055/s-0041-1733979 copiar

O treinamento por meio de gameterapia pode aliviar os sintomas de incontinência urinária em mulheres climatéricas? Um estudo de viabilidade

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Resumo

Objetivo

Investigar a viabilidade do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) por meio de gameterapia no alívio de sintomas urinários em mulheres climatéricas com incontinência urinária (IU) de esforço ou mista.

Métodos

Ensaio clínico randomizado, dividido em dois grupos: Gameterapia (G_Game) e Controle (G_Controle). Ambos os grupos receberam recomendações sobre TMAP não supervisionado, e G_Gametambém recebeu TMAP supervisionado por meio de gameterapia. Após 5 semanas consecutivas, a viabilidade foi investigada considerando a aderência das participantes, sintomas urinários (avaliados pelo questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire-Urinary Incontinence Short Form [ICIQ-UI-SF]) e função do assoalho pélvico (esquema PERFECT: power, endurance, repetition, fast). Os testes exatos de Fisher, Kruskal-Wallis, sinal de Wilcoxon pareado e Mann-Whitney U foram usados pela análise de intenção de tratar, usando o software STATA 15.1 (StataCorp, College Station, TX, EUA).

Resultados

O presente estudo incluiu 20 mulheres por grupo e observou uma maior adesão no G_Game. Na análise intragrupo, foi observada diminuição no escore do ICIQUI- SF emambos os grupos (de 14,0 para 10,0; de 13,5 para 0), associada ao aumento da resistência (de 2,5 para 3,5; de 2,5 para 4,0) em G_Control e G_Game, respectivamente. Além disso, houve um aumento concomitante no power (de 2,0 para 3,0), repetition (de 3,0 para 5,0) e fast (de 10,0 para 10,0) dosmúsculos do assoalho pélvico (MAPs) no G_Game. Na análise intergrupos, foi observada redução da IU (p<0,001; r=0,8), assim como do power (p=0,027; r=0,2) e da endurance (p=0,033; r=0,3) dos MAPs no G_Game.

Conclusão

A viabilidade do TMAP supervisionado por meio de gameterapia foi identificada pela observação da aderência das participantes, pelo alívio dos sintomas urinários e pela melhora da função dos MAPs.

Palavras-chave:
disfunções do assoalho pélvico; incontinência urinária; músculos do assoalho pélvico; gameterapia; climatério; reabilitação

	G_Control(n = 20)		G_Game(n = 20)		p-value ^a
	N (%)	95%CI	N (%)	95%CI	p-value ^a
DEMOGRAPHIC DATA
Skin color
White	16 (80.0)	56.4– 92.5	18 (90.0)	66.5– 97.6	0.661
Other	4 (20.0)	7.5– 43.6	2 (10.0)	2.4– 33.5	0.661
Marital status
Single	1 (5.0)	0.7– 29.5	2 (10.0)	2.4– 33.5	1.000
Married/cohabitating	14 (70.0)	46.5– 86.2	13 (65.0)	41.8– 82.8
Divorced/widower	5 (25.0)	10.5– 48.7	5 (25.0)	10.5– 48.7
Level of education
Illiterate	0 (0.0)	0.0– 0.0	0 (0.0)	0.0– 0.0	0.052
Elementary school	12 (60.0)	37.3– 79.1	6 (30.0)	13.7– 53.6
High school	2 (10.0)	2.4– 33.4	10 (50.0)	28.7– 71.3
Higher education	6 (30.0)	13.8– 53.5	4 (20.0)	7.4– 43.7
Physical activity
Does not practice	11 (55.0)	33.0– 75.2	9 (45.0)	24.7– 67.1	0.752
Up to twice a week	9 (45.0)	24.7– 67.1	11 (55.0)	32.9– 75.3	0.752
HORMONAL DATA
Menopause
No	8 (40.0)	20.9– 62.7	4 (20.0)	7.4– 43.7	0.301
Yes	12 (60.0)	37.3– 79.1	16 (80.0)	56.3– 92.6	0.301
Hormonal replacement
No	16 (80.0)	56.4– 92.5	16 (80.0)	56.3– 92.6	1.000
Yes	4 (20.0)	7.5– 43.6	4 (20.0)	7.4– 43.7	1.000
OBSTETRIC DATA
Pregnancies
0	1 (5.0)	0.7– 29.5	3 (15.0)	4.7– 38.6	0.094
1	2 (10.0)	2.4– 33.4	3 (15.0)	4.7– 38.6
2	3 (15.0)	4.7– 38.6	8 (40.0)	20.9– 62.7
3	14 (70.0)	46.5– 86.2	6 (30.0)	13.7– 53.6
Number of vaginal deliveries
0	11 (55.0)	33.0– 75.2	8 (40.0)	20.9– 62.7	0.546
1	1 (5.0)	0.7– 29.5	3 (15.0)	4.7– 38.6
2–3	8 (40.0)	20.9– 62.7	9 (45.0)	24.7– 67.1
Number of cesarean deliveries
0	9 (45.0)	24.7– 67.1	10 (50.0)	28.7– 71.3	0.054
1	2 (10.0)	2.4– 33.4	7 (35.0)	17.2– 58.2
2–3	9 (45.0)	24.7– 67.1	3 (15.0)	4.7– 38.6
PERSONAL DATA	Median	IQR	Median	IQR	*p-value* ^b
Age (years old)	49.5	41.0– 61.0	57.0	51.5– 61.0	0.116
BMI (kg/m2)	25.4	21.7– 30.5	24.6	22.0– 29.2	0.818

	Intragroup analysis								Intergroup estimates
	G_Control(n = 20)				G_Game(n = 20)				Intergroup estimates
	Median	IQR	p-value ^a	Effect size^c	Median	IQR	p-value ^a	Effect size^c	p-value ^b	Effect size^d
ICIQ UI-SF
Preintervention	14.0	12.0–15.0	< 0.001	0.317	13.5	12.0–17.5	< 0.001	0.393	0.560	0.446
Postintervention	10.0	6.0–12.5	< 0.001	0.317	0.0	0.0–4.5	< 0.001	0.393	< 0.001	0.863
ICIQ-OAB
Preintervention	4.5	2.0–8.0	0.058	0.194	3.0	1.0–5.5	0.002	0.290	0.317	0.593
Postintervention	3.0	1.5–5.5	0.058	0.194	2.0	1.0–3.0	0.002	0.290	0.074	0.665

	Intragroup analysis								Intergroup estimates
	G_Control(n = 20)				G_Game(n = 20)				Intergroup estimates
	Median	IQR	p-value ^a	Effect size^c	Median	IQR	p-value ^a	Effect size^c	p-value ^b	Effect size^d
Power
Preintervention	2.0	2.0–3.0	0.250	0.173	2.0	2.0–2.0	< 0.001	0.407	0.256	0.605
Postintervention	2.5	2.0–3.0	0.250	0.173	3.0	3.0–3.0	< 0.001	0.407	0.027	0.295
Endurance
Preintervention	2.5	2.0–4.0	0.016	0.256	2.5	2.0–3.0	< 0.001	0.383	0.598	0.549
Postintervention	3.5	2.5–4.0	0.016	0.256	4.0	3.5–6.0	< 0.001	0.383	0.033	0.302
Repetition
Preintervention	3.5	2.5–5.0	0.114	0.163	3.0	3.0–4.0	< 0.001	0.376	0.579	0.551
Postintervention	4.0	3.0–6.0	0.114	0.163	5.0	4.0–6.5	< 0.001	0.376	0.055	0.323
Fast
Preintervention	10.0	7.0–10.0	0.922	0.031	10.0	5.0–10.0	0.008	0.280	0.607	0.547
Postintervention	10.0	7.0–10.0	0.922	0.031	10.0	10.0–10.0	0.008	0.280	0.250	0.394

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[1] Address for correspondence Simone Botelho, PhD, Professor, Av. Jovino Fernandes Sales, 2600, 37130-000, Santa Clara, Alfenas, MG, Brazil (e-mail: simone.botelho@unifal-mg.edu.br).