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O percurso de casais homossexuais femininos em uma clínica de fertilidade

Resumo

Objetivo

O presente estudo tem como objetivo descrever as principais características dos casais femininos que recorrem a uma clínica de fertilidade, perceber se estas pacientes têm planos prévios claros sobre a procriação, como acabam por completar o seu planejamento familiar e descrever sucintamente os principais resultados do método fertilização in vitro compartilhada lésbica (ROPA, na sigla em espanhol).

Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo da trajetória e dos resultados de casais femininos em uma clínica de fertilidade durante um período de 2 anos.

Resultados

Um total de 129 casais foram tratados. Apenas um terço dos casais não apresentava nenhuma condição que afetasse potencialmente a fertilidade ou idade avançada. A maioria dos casais optou pela inseminação artificial ou fertilização in vitro e a maioria manteve seus planos, ao contrário dos 38% dos casais que decidiram se submeter ao método ROPA que mudaram de planos. As taxas de nascidos vivos por tratamento (incluindo transferências de embriões congelados) – 22% para inseminação artificial, 58% para fertilização in vitro, 80% para tratamentos com oócitos ou embriões doados e 79% para ROPA. Quatro em cada cinco casais conseguiram nascidos vivos.

Conclusão

O presente estudo destaca a importância de um acompanhamento médico em casais femininos que recorrem à reprodução assistida. Apesar das taxas mais altas do que o esperado de distúrbios de fertilidade, os resultados foram bons. A maioria dos casais acaba em um método monoparental. Além disso, os resultados do método ROPA são tranquilizadores.

Palavras-chave
concepção do doador; fertilização in vitro; homossexualidade; técnicas reprodutivas; assistido; ROPA

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