A bacia evaporítica Messiniana do Golfo de Lion constitui um nível basal móvel bastante raso ( ~ 3.6 km de profundidade), o que facilita o imageamento sísmico da superfície de décollement e a correlação entre tipos de estruturas gravitacionais e a forma do relevo subsalífero. O relevo subsal revela morfologias convexas e côncavas, sugerindo direções radiais regionais de fluxo gravitacional. O deslizamento radial é ainda indicado pelas variações de espessura da camada de sal. Enquanto zonas de superespessamento do sal recobrem regiões côncavas do relevo subsalífero, e indicam padrão de deslizamento convergente; zonas de afinamento da camada de sal recobrem porções convexas da superfície de décollement , indicando um padrão de deslizamento divergente. O padrão de deslizamento radial reflete-se ainda no arcabouço estrutural pela presença de falhas normais transversais e dobramentos nucleados pelo sal. Falhas paralelas à direção de mergulho regional da bacia afetam a cobertura sedimentar sobrejacente a áreas côncavas do relevo subsalífero, atestando a intervenção de componentes de extensão paralela ao strike da margem. Além disso, uma grande concentração de estruturas compressionais afeta a cobertura sedimentar sobrejacente a porções côncavas do relevo subsalífero, atestando um padrão convergente de deslizamento translacional. O Golfo de Lion oferece, deste modo, um interessante cenário para estudos de tectônica gravitacional, assim como um modelo para correlação entre estruturas mapeadas da tectônica de sal e aquelas previstas em modelos analógicos.
tectônica salífera; deslizamento gravitacional radial; evolução de margens passivas; análise de bacias; sísmica de reflexão marinha; Golfo de Lion-França
