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A utilização do Ground Penetrating Radar (GPR) em estudos de estratigrafia na praia de Iataipuaçú - Maricá (RJ)

A associação de dados de sondagem com registros obtidos através da utilização do Ground Penetrating Radar (GPR), em levantamentos realizados num trecho da planície costeira da praia de Itaipuaçú - Maricá (RJ), revelou uma série de informações referentes à dinâmica costeira pretérita. Foi possível reconhecer um sistema antigo de ambientes costeiros do tipo barreira-laguna, com uma série de canais que alimentavam uma laguna, hoje colmatada, localizada na retaguarda do cordão litorâneo externo (mais jovem). Os resultados indicam que o contato do pacote sedimentar com o embasamento, no cordão litorâneo interno (mais antigo), ocorre por volta de 3 e 4 metros de profundidade, tornando-se mais profundo, isto é superior a 10 metros, na direção do mar. O topo do lençol freático está entre 4 e 5 metros de profundidade no cordão litorâneo externo, e a 1 metro na planície, entre os dois cordões. Foram observados refletores predominantemente horizontais e subhorizontais, além de camadas com inclinação entre 15 e 40Ú, mergulhando para o mar, semelhantes às escarpas de tempestades modernas. Na sondagem realizada sobre o cordão litorâneo externo foram recolhidas amostras de sedimentos para análise granulométrica, identificando um predomínio da fração 0,500 mm (areia grossa). Nessa mesma sondagem, as amostras de água coletadas a 4, 7 e 8 metros de profundidade apontam para uma água de boa qualidade em condições para consumo humano desde que sua extração seja feita de maneira racional. A datação por AMS 14C do material turfoso, obtido a profundidade de 7,5 metros, revelou uma idade entre 6.040/5.900 anos BP para esses sedimentos lagunares.

GPR (Ground Penetrating Radar); Geologia Costeira; Estratigrafia; Holoceno; Praia de Itaipuaçú


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