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Diferenças na partição de matéria seca entre os caules e raízes em dois genótipos contrastantes de orquídeas e sua relação com os níveis endógenos de auxinas, citocininas e ácido abscísico

As orquídeas epífitas são consideradas modelos interessantes de desenvolvimento vegetal e possivelmente possuem características incomuns relacionadas ao controle hormonal do crescimento de caules e raízes. No presente experimento, estudaram-se dois genótipos de Catasetum fimbriatum Lindl. (Orchidaceae) com padrões inversos de acumulação de matéria seca nos caules e nas raízes. Enquanto o genótipo CFC1 direcionou 60% de sua matéria seca para o sistema caulinar, essa mesma quantidade foi direcionada para o sistema radicular no genótipo CFC4. Foram observadas diferenças significativas no nível endógeno de citocininas, AIA e ABA, assim como na conjugação e degradação oxidativa de AIA nos caules e nas raízes dos dois genótipos. Essas diferenças tiveram uma boa correlação com os padrões de partição de matéria seca. Desse modo, o genótipo que direcionou 60% da matéria seca para as raízes mostrou uma acumulação de auxina 20 vezes maior nesses órgãos, ao passo que aquele que acumulou 60% da matéria seca nos caules mostrou uma acumulação de citocininas dez vezes maior nessas partes do vegetal. Com base em estudos bem estabelecidos na literatura sobre a biossíntese, conjugação, oxidação, transporte e efeitos de auxina e citocininas, elaborou-se uma hipótese integrativa para a interpretação dos resultados obtidos no presente experimento. Essa hipótese poderá também contribuir para um melhor entendimento das complexas interrelações envolvendo o controle hormonal do crescimento relativo dos caules e raízes em outros modelos vegetais.

cultura in vitro; desenvolvimento; epífitas; hormônios vegetais; orquídeas


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