Resumo
Este trabalho objetivou avaliar o efeito de ondas de calor na dormência de gemas de videiras com necessidades contrastantes de frio hibernal. Estacas lenhosas de videiras ‘Chardonnay’, ‘Merlot’ e ‘Cabernet Sauvignon’ foram coletadas em vinhedos de Veranópolis-RS, e expostas a temperatura constante (7,2°C) ou alternada (7,2 e 18°C, por 12/12 horas), combinadas com zero, um ou dois dias por semana a 25°C. Periodicamente, parte das estacas era transferida para 25°C, para avaliação da brotação das gemas. A endodormência (dormência controlada pelo frio) foi superada com 150 horas de frio (HF) a 7,2ºC em ‘Chardonnay’, 300 HF em ‘Merlot’ e 400 HF em ‘Cabernet Sauvignon’. Ciclos diários de temperaturas, variando de 7,2ºC, a 18°C não afetaram o processo de endodormência. Ondas de calor de 25°C resultaram em aumento de HF para a superação da endodormência. O efeito negativo das ondas de calor dependeu de sua duração, sendo que o calor anulou parcialmente o acúmulo de frio após 36 horas contínuas na dormência. Tais evidências mostram que a evolução da dormência é afetada pelo impacto do calor intercalado ao frio hibernal, devendo ser considerada no ajuste e/ou no desenvolvimento de modelos mais adaptados para a predição do potencial de brotação de videiras no Sul do Brasil.
Termos para indexação
brotação; horas de frio; mudanças climáticas; modelos de dormência; endodormência