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Espaço, modernidade e branquitude: notas desde Cidade Ademar, São Paulo1 1 Agradeço à Viviane Nogueira, Ana Cristina Araújo, Emmily Leandro, Karoline Santos da Silva, Lea Tosold, Natália Alves e Renato Emerson pelas leituras e conversas cuidadosas e pelo incentivo à escrita deste texto. Agradeço também a todas as pessoas que compõem os núcleos de pesquisa e estudo NEGRAM/IPPUR e GIRA – Coletiva de estudo-intervenção antirracista e anticolonial, espaços de debate, acolhimento e inspiração que foram fundamentais ao desenvolvimento deste texto.

Resumo

Neste artigo intento retomar a noção de espaço e sua construção como categoria moderna orientada pela racialidade, pelos pilares ontoepistemológicos da separabilidade, da determinabilidade e da sequencialidade, pautada em uma pretensão universal. Contraponho o espaço moderno ao espaço-lugar, tal como proposto por Muniz Sodré, para, em meio a essa contraposição, vislumbrar outras possibilidades de compreender e habitar o espaço. Apresento assim o movimento de renovação urbana em curso em Cidade Ademar (SP) enquanto jogo com a afetabilidade como caminho para explorar as frestas que a representação espacial moderna busca ocultar no distrito. Trato, enfim, de apresentar/confrontar o sujeito moderno que se esconde sob o manto da racionalidade e da universalidade, aquele que organiza e se apropria do espaço por ele continuamente nomeado, a fim de desnaturalizar a violência moderna/colonial que suprime outros entendimentos espaciais orientados pela relacionalidade, ou pela afetabilidade.

Palavras-chave:
Espaço-lugar; Território; Modernidade; Branquitude; Branqueamento do Território

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