Resumo
O presente artigo objetiva discutir a invisibilidade da violência contra as mulheres na agenda da segurança pública e os efeitos da violência urbana com base em sua interface com o planejamento urbano. Nesse sentido, busca-se demonstrar os efeitos da violência urbana na vida das mulheres, evidenciando o padrão territorial desigual em que a violência contra a mulher se expressa na cidade do Rio de Janeiro e o modo como essa seletividade é estruturada e estruturante pelo/do patriarcado em sua interseccionalidade com raça e classe. Além disso, é parte fundamental da análise observar a territorialização da violência contra a mulher em relação à implementação de outras políticas públicas, aqui com o enfoque voltado à política de segurança pública. A reflexão desenvolvida neste texto fundamenta-se nos dados sobre morte violenta de mulheres na cidade do Rio de Janeiro disponibilizados pelo Instituto de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro (ISP).
Palavras-chave:
Segurança Pública; Violência contra Mulher; Patriarcado; Violência Urbana; Planejamento Urbano; Machismo Institucional