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Sepse precoce como fator de risco para hemorragia peri-intraventricular em prematuros

RESUMO

Objetivo:

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a sepse precoce como fator de risco para hemorragia peri-intraventricular (HPIV) em prematuros com 34 semanas ou menos, admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.

Métodos:

Este estudo de coorte retrospectivo incluiu pacientes prematuros com 34 semanas ou menos, que receberam alta da UTI Neonatal de hospital terciário, no sul do Brasil, nascidos no período de janeiro de 2017 a julho de 2021. Os dados foram coletados por meio dos prontuários desses pacientes. A sepse precoce foi mensurada conforme a presença ou a ausência do diagnóstico nas primeiras 72 horas de vida. Já o desfecho, hemorragia peri-intraventricular, foi descrito conforme a presença ou ausência da hemorragia, independentemente do grau.

Resultados:

Hazard ratios (HR) foram calculados por meio de modelos de regressão de Cox. Foram incluídos no estudo 487 pacientes. Destes, 169 (34,7%) apresentaram algum grau de hemorragia peri-intraventricular. A sepse precoce esteve presente em 41,6% dos casos de hemorragia peri-intraventricular e apresentou associação significativa, elevando o risco do desfecho quando presente. No modelo multivariável final, o HR para a sepse precoce foi de 1,52 (intervalo de confiança de 95% — IC95% 1,01–2,27).

Conclusão:

Sepse precoce e uso de surfactante demonstraram aumentar a ocorrência do desfecho em crianças prematuras até 34 semanas, enquanto fatores como corticoide antenatal e idades gestacionais mais próximas a 34 semanas mostraram reduzir o risco de ocorrência hemorragia peri-intraventricular.

Palavras-chave:
Prematuro; Sepse neonatal; Unidade de tratamento intensivo neonatal; Hemorragia cerebral intraventricular

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