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Maternidade, paternidade e vida acadêmica: impactos e percepções de mães e pais estudantes de medicina

Maternity, paternity and academic life: impacts and views of parents who are studying medicine

Resumo:

Introdução:

Aspectos pessoais, como a maternidade e a paternidade podem representar grandes desafios acadêmicos e profissionais, uma vez que requerem tempo, envolvimento afetivo, atenção e cuidado. Principalmente no curso de Medicina, caracterizado pela extensa rotina de estudos e carga horária, essa conjuntura pode ser ainda mais impactante.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivos avaliar o impacto da maternidade/paternidade no rendimento acadêmico de estudantes de Medicina, e analisar as principais percepções, motivações e desafios deles durante a formação médica.

Método:

Trata-se de um estudo transversal, quanti-qualitativo de abordagem descritiva e analítica que avaliou o perfil e as percepções de 85 mães/pais estudantes de Medicina em todo o país. Como instrumento de coleta, foi empregado um formulário virtual, semiestruturado, contendo questões sociodemográficas de única escolha e de percepções utilizando a escala Likert. A fim de avaliar o impacto da maternidade/paternidade no rendimento acadêmico, parte dos respondentes de uma das instituições avaliadas teve seus rendimentos acadêmicos obtidos para a comparação com amostras aleatórias e não identificadas de estudantes sem filhos da mesma instituição.

Resultado:

Os estudantes possuem clareza e não se arrependem de suas escolhas pessoais (93%), têm orgulho de ser mãe/pai universitários (93%) e ressaltam a importância e essencialidade da rede de apoio (88%). Ao serem questionados quanto ao rendimento acadêmico, as mães e os pais estudantes de Medicina expressaram limitação na compatibilidade dos afazeres e responsabilidades pessoais e profissionais (42%) e relataram que as obrigações parentais comprometem o rendimento no curso de Medicina (53%). Neste âmbito, porém, nossos dados apontam para um rendimento acadêmico de mães e pais similar aos de estudantes sem filhos.

Conclusão:

Os estudantes de Medicina com filhos, apesar de relatarem limitação na capacidade de associar os afazeres e as responsabilidades pessoais e acadêmicas, não se arrependem das suas escolhas e têm orgulho de exercer a dupla função. Além disso, eles apresentam rendimento acadêmico semelhante ao de estudantes sem filhos, apesar de acreditarem que as obrigações da maternidade/paternidade comprometem o seu rendimento acadêmico. Destacam-se a essencialidade da rede de apoio para realização das atividades acadêmicas e a uniformidade dessas percepções entre variáveis como sexo, estado civil e ciclo acadêmico.

Palavras-chave:
Educação de Graduação em Medicina; Educação Médica; Estudantes de Medicina; Planejamento Familiar; Saúde do Estudante

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