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Transtorno de uso de internet entre graduandos de Medicina no primeiro ano da pandemia de Covid-19

Internet addiction disorder among medicine students in the first year of the covid-19 pandemic

Resumo:

Introdução:

Apesar das facilidades proporcionadas pela internet, seu uso inadequado e excessivo pode gerar Transtorno de Uso de Internet, principalmente entre os universitários que a utilizam para entretenimento, comunicação e atividades acadêmicas, como ocorreu durante a pandemia de Covid-19, quando o ensino ficou on-line. Esse transtorno culmina em prejuízos, como a redução no desempenho estudantil e a exacerbação ou o aparecimento de doenças psiquiátricas.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo avaliar a presença do transtorno de uso de internet entre estudantes de Medicina em universidades do estado de Alagoas, Brasil.

Método:

Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e analítico realizado com estudantes de Medicina de duas instituições de ensino superior do estado de Alagoas durante o primeiro ano de pandemia de Covid-19. A coleta foi feita por um instrumento on-line com uma avaliação sociodemográfica, o Teste de Dependência de Internet e as variáveis sexo, idade, período, cidade de origem e coeficiente acadêmico de rendimento. Os dados foram analisados nos programas SPSS 24 e JASP 0.14.

Resultado:

Participaram da pesquisa 325 estudantes, dos quais 97,2% afirmaram ter aumentado o consumo da internet durante o período da pandemia. A média de pontuação no teste foi de 32,5, no qual 80,6% apresentaram algum grau de transtorno de uso de internet, sendo 66,8% leve e 13,8% moderado. Constatou-se maior prevalência da dependência no sexo masculino, com achado entre eles de criar novas amizades pela internet, de ocultar revelar o que faz on-line e gastar mais tempo que o planejado navegando. Houve maior gravidade de compulsão nos estudantes de classes sociais mais baixas, em períodos iniciais do curso, provenientes de instituição pública, oriundos de cidades com até 50 mil habitantes e nos imigrantes. Houve uma relação negativa significativa entre menor coeficiente do último período cursado e maior nota no teste (Pearson -0,121, valor de p: 0,045).

Conclusão:

Os dados apontaram que os estudantes de Medicina estão propensos a desenvolver transtorno de uso de internet e que houve maior gravidade entre o sexo masculino, em classes sociais mais baixas, nos períodos iniciais do curso, nos procedentes de instituição pública, de cidades com até 50 mil habitantes e nos imigrantes. A presença do transtorno foi inversamente proporcional à performance acadêmica.

Palavras-chave:
Estudantes de Medicina; Transtorno de Adição à Internet; Uso da Internet; Comportamento; Desempenho Acadêmico

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