Direcionalidade da formação |
1. Desenvolver competências pedagógicas para preceptores que considerem a realidade de formação em serviço, os princípios da educação de profissionais de saúde no contexto do SUS e as boas práticas assistenciais, que os instrumentalizem para trabalhar adequadamente com as características locais da comunidade e de cada cenário de ensinagem. |
Conteúdo |
1. Trabalhar com um perfil de competências que expresse a articulação de conhecimentos, habilidades e atitudes para realizar ações contextualizadas perante os problemas prevalentes na respectiva atuação profissional, em três frentes: • Saúde: Atenção à saúde e preceptoria; • Gestão: Gestão do trabalho e educação em saúde; • Educação: Formação profissional e produção de conhecimento em saúde. |
2. Defender as dez áreas de competência consideradas prioritárias na formação continuada de educadores do século XXI, elencadas por Perrenoud. |
Estratégias pedagógicas |
1. Oferecer atividades pedagógicas autodirigidas para estimular a busca ativa do conhecimento, bem como vivências em diferentes grupos, em encontros presenciais, a fim de favorecer a integração e o desenvolvimento de habilidades colaborativas para o trabalho em equipe. |
2. Oferecer práticas colaborativas que considerem a experiência anterior, que reconheçam que as motivações e emoções têm papel fundamental na história de cada aprendiz, reforçando a importância da perspectiva andragógica. |
3. Trabalhar com grupos operativos com foco na educação, incentivando a formulação de objetivos comuns, para que o grupo proponha mudanças e simultaneamente trabalhe o medo da mudança, medo que causa barreiras emocionais ao aprendizado e à comunicação. |
4. Utilizar as tecnologias de informação e comunicação (TIC) no desenvolvimento pedagógico e profissional de preceptores, inclusive em comunidades de prática e aprendizagem colaborativa. |
Concepções e estrutura formativa |
1. Experimentar o preceptor na teoria e na prática com base em experiências, dados, fatos, reflexões e teoria aplicada, utilizando evidências validadas da literatura, em modelos híbridos e com referências de formação andragógica. |
2. Simular a prática da preceptoria, utilizando a teoria da educação aplicada nesse contexto, a fim de demonstrar que a experiência que forma é aquela que se reflete e que mudar de lugar é importante porque ensina. |
3. Trabalhar intencionalmente com a incerteza para desenvolver a flexibilidade e a capacidade de reorganizar os planos educacionais de acordo com as necessidades de aprendizagem de um grupo. |
4. Desenvolver um ambiente de prática educativa coerente e a construção de vínculos significativos entre os sujeitos envolvidos no ato educativo, por meio de metodologias ativas, fazendo com que o preceptor perceba um significado maior em relação ao seu cotidiano e fortaleça progressivamente o vínculo com o residente para ressignificar experiências. |
5. Estimular o desenvolvimento da resiliência formando preceptores transformados pela experiência educativa e mais capacitados e preparados para lidar com a realidade e as incertezas que atravessam os cenários de prática. |
6. Utilizar a abordagem pedagógica crítico-reflexiva como guia e a problematização como principal método pedagógico, preparando preceptores, por meio do contato com suas realidades, para a identificação e priorização de problemas, de modo a buscar sair do senso comum para a apropriação da teoria e hipóteses de solução, até chegar à possibilidade de elaborar seus pensamentos e, agindo, transformar a própria realidade. |
7. Envolver as dimensões sociocognitivas e socioafetivas na educação, como uma prática integral capaz de ampliar a capacidade de compreender e interpretar o mundo, com o objetivo de fomentar a interação social como promotora de vínculos, como facilitadora e como promotora de aprendizagem para o trabalho. |
8. Desenvolver competências na interface cuidado-educação e influenciar as práticas individuais e coletivas, concebendo a educação de forma ampla e integrativa. |
9. Estimular o desenvolvimento da capacidade de observar, analisar e refletir sobre a prática, de modo a criar ambientes para analisá-la, compartilhar contribuições, identificar e diferenciar o desenvolvimento dessa competência pedagógica. |
10. Orientar a organização de práticas voltadas à construção de uma assistência integral, eficiente, eficaz e segura, pautada na garantia de acesso, continuidade, equidade e qualidade da atenção à saúde, especialmente por meio da aplicação de instrumentos e dispositivos para gestão clínica. |
11. Promover a articulação trabalho e educação, participando de iniciativas de mudança de práticas educativas e assistenciais, orientadas para as necessidades de saúde da população. |
12. Desenvolver ações educativas ancoradas nas teorias interacionistas da aprendizagem, na metodologia científica e dialógica, a partir da identificação das necessidades de aprendizagem da equipe, do aluno e do próprio educador. |
13. Priorizar a formação em educação e a formação em gestão da educação em saúde. |
14. Trabalhar a liderança na complexidade, incentivando o desenvolvimento da resiliência institucional e das habilidades de liderança por meio do Modelo de Ações Adaptativas. |
15. Promover um equilíbrio instável de certezas e instigar a busca de soluções criativas, de modo a potencializar o preceptor como ser humano. |
16. Preconizar um processo de avaliação formativa contínua, com o objetivo de observar o deslocamento individual de cada preceptor nesse processo. |
Dimensão política: relação entre saúde, educação e pesquisa |
1. Fortalecer políticas e programas para reorientar a formação dos profissionais de saúde e a educação dos profissionais em serviço. |
2. Visar à produção de movimentos multiplicadores na formação e qualificação dos profissionais de saúde, no âmbito do SUS, conforme prerrogativa legal. |
3. Estimular a valorização do exercício da preceptoria e a construção da identidade do preceptor como facilitador da aprendizagem, com ampliação da consciência crítica e comprometido com a transformação da realidade. |
4. Incentivar a produção científica relacionada à formação em preceptoria, de modo a promover a geração de conhecimento para construção de currículos e projetos de formação pedagógica de preceptores, sempre com base na enunciação andragógica. |