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Composição Ótima da Dívida Pública Brasileira e a Política Monetária* 1 Divino e Silva (2014) também modificam o modelo de Schmitt-Grohé e Uribe (2007), mas para incluir somente títulos nominais e indexados à inflação. A calibração para a economia brasileira revela que o maior nível de bem-estar é obtido com uma dívida altamente indexada à inflação e nenhum peso atribuído à estabilização do hiato do produto na função de reação da Autoridade Monetária.

Resumo

A gestão da dívida pública voltou a ocupar posição de destaque no debate acadêmico devido ao desequilíbrio fiscal atualmente enfrentado pelo Brasil. O objetivo desse artigo é analisar os efeitos da composição da dívida pública sobre a dinâmica da economia brasileira e sua interação com a política monetária. O modelo de Schmitt-Grohé e Uribe (2007)Schmitt-Grohé, S., & Uribe, M. (2007). Optimal simple and implementable monetary and fiscal rules. Journal of Monetary Economics, 54(6), 1702-1725. http://dx.doi.org/10.1016/j.jmoneco.2006.07.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jmoneco.2006...
é ampliado para incluir títulos públicos indexados à taxa de juros, além dos títulos prefixados e indexados à inflação. A dinâmica da economia é simulada a partir de choques exógenos de política fiscal, produtividade e política monetária. Uma análise de bem-estar investiga a composição ótima da dívida pública e sua relação com a política monetária. Os resultados revelam que o choque fiscal pode ser inflacionário devido aos seus efeitos sobre a demanda agregada e o investimento; a composição da dívida pouco impacta na dinâmica das variáveis reais diante de um choque de produtividade; e, o choque de política monetária aumenta o endividamento público e, consequentemente, do nível de tributação requerido para o equilíbrio fiscal. Um maior grau de indexação da dívida pública eleva o bem-estar ao contribuir para a suavização da trajetória da dívida pública e da tributação na economia. O bem-estar também aumenta quando o Banco Central não responde ao hiato do produto e combate agressivamente a inflação em sua função de reação.

Palavras-chave
Composição da dívida pública; política fiscal; política monetária; modelo DSGE

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