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Dinâmicas locais e as estratégias de transição dos ProUnistas entre a educação superior e o mundo do trabalho

Resumo

O Brasil se caracterizou nas últimas décadas pela adoção de políticas de ação afirmativa para redução da desigualdade no acesso ao ensino superior, um problema persistente no país. O programa Universidade para Todos (ProUni) é um importante exemplo deste tipo de política, visto que oferta bolsas em universidades privadas à alunos de baixa renda e alunos vindos do ensino médio público (Prounistas). Este artigo analisa a trajetória destes estudantes, bem como suas expectativas de acesso ao mercado de trabalho. O aporte teórico se apoia em Pierre Bourdieu para entender os habitus e estratégias dos prounistas. Os autores conduziram 30 entrevistas com egressos do ProUni do curso de Direito em instituições de elite na Zona Metropolitana do Recife (RMA) e Zona Metropolitana de São Paulo (SPMA). Usando a metodologia de amostragem snowball, os autores trabalharam com a premissa de que a competência requerida para escolher as melhores táticas varia de acordo com a possibilidade de sucesso da estratégia dominante no campo. Os resultados apontam que o Prounista, diante do seu déficit de capital cultural e econômico, não pode escolher as estratégias adotadas pelos dominantes do campo e, por isso, buscam desenvolver uma estratégia própria na qual reforçam a acumulação de capitais únicos enquanto buscam táticas para equilibrar as disputas.

Palavras-chave:
ProUni; Ações Afirmativas; Ensino Superior; capital cultural; capital simbólico

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