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Animais domesticados e desastres: entre a preocupação sanitária e humanitária

RESUMO:

Os últimos anos no Brasil foram marcados pela existência de desastres de ordem natural e tecnológica. Além dos impactos socioambientais, existe outra tensão, de ordem moral, envolvendo o lugar ocupado por animais domesticados. O objetivo do artigo é compreender as complexidades em jogo na virada humanitária em relação a esses animais. A partir de consulta bibliográfica e de fontes jornalísticas, observei o questionamento do modo como esses animais eram governados sob a perspectiva de riscos sanitários e, em segundo lugar, a reivindicação de que sejam incorporados nas respostas aos desastres como vítimas humanitárias. Com base na discussão sobre “empreendedorismo moral” (Becker, 2008) e sobre a “desculpa” (Werneck, 2012), foi possível compreender que a crítica de ineficiência do aparato estatal pode ser pensada como a reivindicação de um novo enquadramento moral dos animais com implicações éticas e estruturais sobre o papel de instituições públicas e privadas no governo das vidas animais.

Palavras-chave:
relação humano e animal; desastres; sociologia e antropologia da moral; governamentalidade; humanismo

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