RESUMO
Introdução:
A lipodistrofia é uma importante complicação do HIV e apresenta diferentes manifestações clínicas, como lipoatrofia de face, glúteos e membros, e acúmulo de gordura em região abdominal e cervical. A lipodistrofia apresenta consequências estéticas e psicossociais, que são estigmatizantes e afetam a qualidade de vida dos pacientes. O objetivo é avaliar a epidemiologia e os tratamentos realizados nos pacientes atendidos no Ambulatório de Lipodistrofia relacionada ao HIV do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Método:
O estudo foi realizado de maneira retrospectiva, com análise de portuário dos pacientes atendidos entre junho de 2012 e dezembro de 2019, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, em Botucatu, S P, Brasil.
Resultados:
Os prontuários de 153 indivíduos foram analisados, sendo 79 pacientes do sexo masculino e 74 do sexo feminino. A média de idade foi 45,6 anos. Os encaminhamentos tiveram origem de 48 cidades, de quatro estados. Pacientes da raça branca totalizaram 74,5% dos atendimentos. A queixa de lipodistrofia de face foi referida por 52,9% dos pacientes. O procedimento invasivo mais realizado foi o preenchimento facial com polimetilmetacrilato (PMMA), em 62 pacientes. A inclusão de implantes glúteos foi a cirurgia mais realizada, em seis ocasiões.
Conclusão:
Os dados encontrados mostram maior proporção de pacientes do sexo feminino com queixa de lipodistrofia, quando comparados a dados gerais de pacientes com HIV. A raça branca foi predominante e a principal queixa de lipodistrofia foi a atrofia facial. O preenchimento facial com PMMA foi o procedimento mais realizado.
Descritores:
HIV; Soroprevalência de HIV; Epidemiologia; Síndrome de lipodistrofia associada ao HIV; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Brasil