■ RESUMO
Introdução:
Embora prevalente, a epidemiologia das queimaduras possui lacunas. Simultaneamente, a COVID-19 estabeleceu um cenário desafiador e com novos comportamentos humanos, que poderiam impactar nas características e na incidência de queimaduras. O objetivo geral do projeto foi descrever o perfil epidemiológico dos pacientes de uma Unidade de Tratamento de Queimados.
Método:
O estudo foi uma revisão prontuários de janeiro de 2018 até maio de 2022, incluindo uma amostra de 1164 admissões do Hospital Padre Albino (Catanduva-SP). A análise estatística foi realizada através do Google Sheets e JAMOVI, sendo aplicado o Teste U de Mann-Whitney para comparação de períodos de tempo antes e durante a pandemia. Antes da coleta de dados, o mesmo foi submetido e aprovado pelo Conselho de Ética em Pesquisa da instituição (parecer número 5.616.556, CAAE: 62621822.50000.5430).
Resultados:
As admissões apresentaram idade média de 31,38 anos e 17,88% de Superfície Corporal Queimada (SCQ), sendo 452 mulheres e 712 homens; a média de SCQ foi de 17 para mulheres e 18,6 para homens. O principal agente causador foi a escaldadura. No que tange à comparação por períodos, durante a pandemia a chama direta teve um aumento de 8% em relação ao período anterior (35%). A escaldadura ainda permaneceu com prevalência elevada, no entanto, apresentou queda de 2%, assim como as queimaduras por dermoabrasão, com queda de 10%.
Conclusão:
Os achados dos estudos possuem limites em termos de generalização e novos estudos precisam ser desenvolvidos. As mudanças observadas no período não foram significativas e sem relevância clínica.
Descritores:
COVID-19; Epidemiologia descritiva; Queimaduras; Unidades de queimados; Brasil