RESUMO
Introdução:
Os exames pré-operatórios (EPO) visam detectar anormalidades e dar maior segurança ao procedimento. No entanto, a solicitação desses exames ainda é controversa, seja por não trazerem mudanças de conduta para o procedimento ou resultar em alguns malefícios para o paciente. O objetivo é avaliar a frequência de solicitações e de anormalidades dos EPO em pacientes de cirurgia plástica estética, verificar quais são estas anormalidades, qual conduta pré-operatória mediante o achado e associar os dados obtidos com o perfil do paciente e cirurgia prevista.
Método:
Estudo retrospectivo avaliando prontuários de pacientes de cirurgia plástica estética que realizaram EPO de rotina em um hospital de cirurgia plástica durante o ano de 2019.
Resultados:
Foram estudados 978 pacientes e 51% desses apresentaram alguma anormalidade nos EPO. 93,7% eram mulheres, com média de idade 46,5 anos. Foram realizados 12,3 exames por paciente e observada anormalidade em 6,1% dos EPO. Os exames que mais tiveram anormalidades foram o lipidograma (23,8%) e os da avaliação cardíaca (14,1%). Hipotireoidismo foi a comorbidade mais achada (18,4% dos pacientes); 70% dos diabéticos estavam com o nível glicêmico acima do recomendado. Apenas 3,4% dos pacientes sofreram alteração da conduta pré-operatória devido anormalidade dos EPO e em 57,9% desses casos houve adiamento da cirurgia. Alterações de exames foram mais frequentes em pacientes do sexo masculino (p<0,0001).
Conclusão:
A realização de EPO de rotina mostrou baixa frequência de exames alterados (3,4%) e implicou em mudanças na conduta pré-operatória em pacientes de cirurgia plástica.
Descritores:
Testes diagnósticos de rotina; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Cuidados pré-operatórios; Administração dos cuidados ao paciente; Custos de cuidados de saúde