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Sentinelas em Saltator atricollis (Passeriformes: Emberizidae)

Estudei a existência de sentinelas em S. atricollis em campo-cerrado, nas estações reprodutivas de 1994-95 e 1995-96. Os grupos de S. atricollis continham de dois a sete indivíduos (N = 25). Os sentinelas vigiaram os grupos (média ± dp) por 62% ± 9% do tempo, sendo que a maioria dos turnos de vigilância durou de menos de um a seis minutos (em alguns casos se extenderam por mais de 30 min.). Dois ou mais sentinelas vigiaram simultaneamente, em média, apenas 3,2% do tempo vigiado. Os sentinelas comumente emitiam chamados de contato quando iniciavam e/ou terminavam um turno de vigilância. O tamanho dos grupos não apresentou relação com o tempo vigiado. Por outro lado, a taxa de encontros entre predadores aéreos e grupos influenciou significativamente o tempo vigiado. A habilidade dos sentinelas em perceber predadores provavelmente apresenta uma função relevante, conferindo vantagens antipredatórias aos grupos dessa espécie.

Emberizidae; campo-cerrado; predadores aéreos; vigilância; sentinelas


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