As variáveis utilizadas em estudos de hábitat são transformadas de tal maneira que se tornam abstrações e se perde a intuição. Testamos um novo método para esse tipo de análise usando dados coletados em uma grade na restinga de Maricá, Rio de Janeiro. Em cada ponto de captura foram medidas 37 variáveis de microhábitat. Consideramos que tais variáveis caracterizam a estrutura dos microhábitats no momento em que são tomadas. Os dados foram transformados de 3 maneiras: (1) as médias das variáveis foram calculadas, como é usual em estudos de hábitat; (2) os dados foram transformados em suas densidades por área em metros quadrados, sem redução no número de variáveis; e (3) calculamos os logaritimos naturais dos dados transformados em densidades. Os 3 conjuntos foram submetidos à análise discriminante. O logaritimo das densidades foi o tipo de transformação mais eficiente. Esta transformação resultou na obtenção de p = 0,0001, com 39,72% da variância na 1ª função e um p = 0,0426 com 31,45% da variância na 2ª função, com um acerto de 84,62% na classificação dos grupos. Os resultados obtidos foram melhores do que em trabalhos similares anteriores, mantendo-se a intuição.
análise discriminante; métodos; nicho; pequenos mamíferos; Região Neotropical
