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Este fascículo apresenta diversos artigos interessantes sobre sistemática, anatomia, ecologia, palinologia, florística e fitossociologia, entre outros, oferecendo amplo leque de assuntos relevantes da Botânica.

Referentes à área de Anatomia, Claudia dos Reis e colaboradores (p.451) apresentam um estudo sobre 22 espécies de Melastomataceae no cerrado do Estado de São Paulo, estudadas e discutidas dentro de um contexto sistemático.

Emilia Arruda e colaboradores (p.589) apresentam artigo sobre a anatomia dos órgãos vegetativos de Cactaceae, no qual foram analisadas secções de raízes e cladódios de cinco espécies da família, ocorrentes em uma região de caatinga de Pernambuco, para verificar caracteres diagnósticos e adaptativos, responsáveis pelo sucesso dessas plantas em ambientes tão inóspitos.

A anatomia foliar de 22 espécies de Bromeliaceae brasileiras, pertencentes a Aechmea subg. Chevaliera é assunto do artigo de Gardene Maria de Sousa e colaboradores (p.603).

Ainda com relação à família Bromeliaceae, Vera Lucia Scatena e Simone Segecin (p.635) apresentam um trabalho sobre a anatomia foliar de Tillandsia dos Campos Gerais no Estado do Paraná. As autoras consideram que a forma do limbo foliar em secção transversal, a ornamentação da cutícula, a estrutura das escamas epidérmicas, os espessamento das paredes das células epidérmicas, a distribuição dos estômatos, a estrutura e a distribuição das células do parênquima aqüífero, a presença de canais de ar e o tamanho de feixes vasculares são caracteres que podem auxiliar na delimitação taxonômica das espécies dentro do gênero.

Contribuindo para a taxonomia de Begonia, Eliane L. Jacques e Maria Cândida Mamede (p.579) apresentam notas nomenclaturais sobre várias espécies do gênero, revendo sinônimos e a validade taxonômica de diversas espécies.

Patrícia Ribeiro e colaboradores (p.423) apresentam o levantamento do gênero Bulbophyllum, da família Orchidaceae, na Chapada Diamantina, Estado da Bahia, encontrando novas citações para a região e para o Brasil.

Inserido em contexto morfológico encontra-se o artigo de Luciana M. M. Añez e colaboradores (p.563), no qual foram caracterizados morfologicamente os frutos, as sementes e o desenvolvimento das plântulas de Jatropha elliptica (Euphorbiaceae). Os autores mencionam que foi possível descrever e ilustrar, de forma distinta, a morfologia do fruto, da semente e da plântula, que se apresentou bastante homogênea e confiável para a identificação.

Dados sobre distribuição geográfica, chaves de identificação, sinonímia sumária e comentários sobre a taxonomia de dezenove táxons do gênero Bauhinia sect. Pauletia são apresentados por Angela Maria S. F. Vaz e Ana Maria G. A. Tozzi (p.477). A florística e a fenologia de espécies de Papilionoideae (Leguminosae) dos campos ferruginosos do Parque Estadual do Itacolomi, em Minas Gerais, foram estudadas por Valquíria F. Dutra e colaboradores (p.493).

Grabriela Paise e Emerson M. Vieira (p.615) apresentam artigo sobre a produção de frutos e a distribuição espacial de angiospermas com frutos zoocóricos em uma Floresta Ombrófila Mista no Rio Grande do Sul. Entre os 570 indivíduos, amostrados em uma área de 2,56 ha, foram identificadas 27 espécies de angiospermas zoocóricas, pertencentes a 13 famílias. As famílias mais ricas em espécies foram: Myrtaceae (oito espécies), Melastomataceae, Solanaceae e Rubiaceae (três espécies cada). O número de espécies produzindo frutos por mês esteve significativamente correlacionado com a temperatura mensal do mesmo mês e com a precipitação total mensal do mês anterior. O período de produção de sementes de Araucaria angustifólia (Bertol.) Kuntze ocorreu em uma época em que havia menor número de angiospermas produzindo frutos zoocóricos, o que levou os autores a considerarem que essa não sobreposição entre eventos pode favorecer a ocorrência de animais frugívoros, por possibilitar uma oferta mais constante de recursos durante todo o ano.

Alessandra R. Ramos e colaboradores (p.569) apresentam artigo interessante sobre o sítio de ação da auto-incompatibilidade no cupuaçu (Theobroma grandiflorum), que apresenta baixíssima fecundidade, atribuída a problemas de polinização e auto-incompatibilidade. O estudo mostrou que a incompatibilidade ocorre após a fertilização, num mecanismo de auto-incompatibilidade de ação tardia.

Uma contribuição muito útil para o delineamento amostral em estudos morfológicos é dada no artigo de Maristela P. Carvalho e colaboradores (p.627) sobre a emergência de plântulas de Anacardium humile A. St.-Hil. (Anacardiaceae) avaliada por meio de amostras pequenas. O objetivo do trabalho foi introduzir a teoria estatística de amostras pequenas ao estudo da emergência de plântulas da espécie. Os resultados mostraram que, mesmo com um número reduzido de núculas, foi possível inferir sobre o processo de emergência das plântulas da espécie, sem violação dos princípios e pressuposições estatísticas.

O fascículo também contém artigos que abordam aspectos referentes à interação entre plantas e animais. Por exemplo, no artigo de Ivonnne Sanmartin-Gajardo e Marlies Sazima (p.441) são avaliadas as interações entre a ação de beija-flores e as plantas, verificando-se que o grupo dos beija-flores ativos na polinização parece ser determinado pelo hábitat da planta, mais do que pelo tamanho do tubo da corola, enquanto que a freqüência de visitas parece ser determinada pelas características do néctar. Ainda com relação à biologia floral, Maurício Lenzi e colaboradores (p.505) apresentam artigo sobre a ecologia da polinização da cucurbitácea Momordica charantia, o melão-de-são-caetano, em Florianópolis (SC).

Ainda neste contexto, Valesca B. Zipparro e Patrícia C. Morellato (p.515) apresentam um interessante artigo sobre a predação de sementes de Virola bicuhyba (Myristicaceae) na mata atlântica do sudeste do Brasil, verificando que a ação predatória dos invertebrados e vertebrados ocorre independentemente da distância da árvore parental, contrariando a hipótese de Janzen-Connell de que haveria uma alta mortalidade de sementes sob a copa da árvore parental.

A preocupação com a qualidade do ambiente é refletida no artigo de Aloysio de Pádua Teixeira e Marco A. Assis (p.467) sobre caracterização florística e fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de uma floresta paludosa de Rio Claro, no Estado de São Paulo; os autores concluem que cada fragmento de floresta, além de favorecer a ocorrência das principais populações associadas a solos hidromórficos, apresenta peculiaridades florísticas que, somadas, promovem a elevação da diversidade de espécies. Ainda numa área relacionada, José Roberto R. Pinto e John Du Vall Hay (p.523) apresentam artigo referente ao estudo das mudanças florísticas e estruturais na comunidade arbórea de uma floresta de vale no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, concluindo que tais mudanças são pequenas, ainda não comprometendo a diversidade.

A relação entre o solo e a composição florística de remanescentes da vegetação natural no Município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, é apresentada em artigo de Olga Kotchetkoff-Henriques e colaboradores (541). De acordo com os resultados de uma análise de correspondência retificada (DCA) e uma análise de agrupamentos utilizando a distância relativa de Sørensen, cada tipo de solo apresentou composição florística característica, sendo que cerca de 65% tendem a ocorrer de forma discriminada entre os diferentes tipos de solos. A associação observada entre solo e composição florística dos remanescentes poderá contribuir para o estabelecimento de critérios visando a conservação dos fragmentos de vegetação, bem como para indicação das espécies apropriadas ao plantio nos projetos de recomposição da vegetação.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Maio 2006
  • Data do Fascículo
    Set 2005
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